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“Se servistes a Pátria que vos foi ingrata, vós fizestes o que devíeis e ela, o que costuma”


(Do Padre António Vieira, no "Sermão da Terceira Quarta-Feira da Quaresma", na Capela Real, ano 1669. Lembrado pelo ex-furriel milº Patoleia Mendes, dirigido-se aos ex-combatentes da guerra do Ultramar.).

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"Ó gentes do meu Batalhão, agora é que eu percebi, esta amizade que sinto, foi de vós que a recebi…"

(José Justo)

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“Ninguém desce vivo duma cruz!...”

"Amigo é aquele que na guerra, nos defende duma bala com o seu próprio corpo"

António Lobo Antunes, escritor e ex-combatente

referindo-se aos ex-combatentes da guerra do Ultramar

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Eles,
Fizeram guerra sem saber a quem, morreram nela sem saber por quê..., então, por prémio ao menos se lhes dê, justa memória a projectar no além...

Jaime Umbelino, 2002 – in Monumento aos Heróis da Guerra do Ultramar, em Torres Vedras
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“Aos Combatentes que no Entroncamento da vida, encontraram os Caminhos da Pátria”

Frase inscrita no Monumento aos Heróis da Guerra do Ultramar, no Entroncamento.

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Sem fanfarra e sem lenços a acenar, soa a sirene do navio para o regresso à Metrópole. Os que partem não são os mesmos homens de outrora, a guerra tornou-os diferentes…

Pica Sinos, no 30º almoço anual, no Entroncamento, em 2019
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"Tite é uma memória em ruínas, que se vai extinguindo á medida que cada um de nós partir para “outra comissão” e quando isso nos acontecer a todos, seremos, nós e Tite, uma memória que apenas existirá, na melhor das hipóteses, nas páginas da história."

Francisco Silva e Floriano Rodrigues - CCAÇ 2314


Não voltaram todos… com lágrimas que não se veem, com choro que não se ouve… Aqui estamos, em sentido e silenciosos, com Eles, prestando-Lhes a nossa Homenagem.

Ponte de Lima, Monumento aos Heróis da Guerra do Ultramar


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segunda-feira, 30 de junho de 2014

Já há batata nova lá para os lados do Lourel...

Boa tarde camaradas e companheiros de Bart 1914!
Isto é prova de vos contrariar de que eu sou um trabalhador honesto!
E aqui vos envio a confirmação para poderem visualizar

Um grande abraço para vocês todos!



domingo, 29 de junho de 2014

Hoje é dia de aniversário do Pedro - Parabéns ao Pedro...

Para o Pedro o nosso abraço de parabéns pela passagem de mais um aniversário.
Ao Centro Social dos Montes Altos, ao seu director Sr. Diogo Sotero, ao Sr. Mário que reabilitou o Pedro das ruas algarvias e a todo o pessoal do Centro, o nosso eterno agradecimento "pelo carinho dedicado ao Zé Pedro", nosso companheiro d'armas.







quarta-feira, 25 de junho de 2014

NOVAS DA GUINÉ BISSAU

"QUARTA-FEIRA, 25 DE JUNHO DE 2014

PR José Mário Vaz (JOMAV) ouve partidos políticos com representação parlamentar
SONY DSCBissau – 
O Presidente da República José Mário Vaz (JOMAV) iniciou, na tarde desta terça-feira, 24 de Junho, a auscultação dos partidos políticos com representação parlamentar, com a finalidade de proceder à nomeação do Primeiro-ministro.

A primeira formação partidária recebida foi o Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), chefiado pelo Presidente Domingos Simões Pereira, que à saída deste encontro disse tratar-se do cumprimento de formalidades constitucionais inerentes ao Chefe de Estado.

O líder do PAIGC disse também que vai aguardar que o decreto que nomeia o futuro Primeiro-ministro da Guiné-Bissau seja conhecido dentro em breve.

Para o Secretário-geral do Partido da Renovação Social (PRS), Florentino Mendes Pereira, com os estes gestos estão a ser dados os passos para a oficialização da nomeação do próximo Chefe do Governo. A delegação do PRS foi chefiada pelo seu Presidente, Alberto Nambeia.

No que respeita aos outros partidos com assento parlamentar, nomeadamente o Partido da Convergência Democrática (PCD) e a União para a Mudança (UM), ambos estiveram representados em encontros distintos com o novo Chefe de Estado guineense. Além de elogiarem o «bom início» dos trabalhos de JOMAV, manifestaram interesse na rápida publicação do decreto Presidencial que nomeia o novo Chefe do Governo.


Estas auscultações podem ainda continuar, com a sociedade civil guineense e outras formações políticas sem representação na Assembleia Nacional Popular."

segunda-feira, 23 de junho de 2014

As interessantes vivências do Pica Sinos


HISTÓRIAS DO MEU VELHO BAIRRO DAS FURNAS (XLIII)

 O PÊSSEGO REBOLÃO

Muitos dos quintais do meu velho Bairro das Furnas tinham árvores de frutos cultivadas, não sendo raro haver pessegueiros! O meu brotava uma qualidade de pêssegos que pela sua cor vermelha e fina penugem que os cobria, fazia inveja a quem na passagem os admirava. Os ramos, carregados, dobravam pelo peso de tantos rebentos. Cá o rapaz, não raras as vezes, era criticado pela D. Georgina, minha mãe, por os apanhar, às escondidas, ainda pouco maduros.

Ao longo da vida sempre gostei de pêssegos, direi mesmo que é um dos frutos que mais aprecio. Hoje, quando como pêssegos, não me parecem tão saborosos como os desta árvore que me viu crescer.
Exactamente por gostar tanto deste fruto, guardo uma história que me atrevo a contar.

Aos fins-de-semana, era comum a rapaziada do bairro, ainda imberbe e em grupo, rumarem ao Pavilhão dos Desportos, em S. Sebastião da Pedreira. A Câmara Municipal de Lisboa, para gáudio da cachopada, oferecia, na ausência das modalidades desportivas, nos períodos da manhã ou nas tardes, fitas de desenho animados entre outros filmes.

Também o Jardim Zoológico era destino a ter em conta.

Com a chegada do verão, era forte a discussão entre a miudagem na casa da Mocidade existente na entrada do Bairro. A organização dos acampamentos e dos cursos para graduados da Mocidade Portuguesa era alegre, divertida e entusiasmante. 
Os rapazes acabados de sair da instrução primária, ainda sem trabalho, ou em período de férias escolares antecedentes ao ensino secundário, aos fins-de- semana, eram convidados a passar esses dias fora de casa. Uns com vistas a acampar nos mais variados sítios nos arredores de Lisboa, outros a obter cursos de “Chefe de Quina” e de “Comandante de Castelo”, na Quinta da Graça, à Cruz Quebrada.
Passar o fim-de-semana fora de casa tornava-se uma aventura. Acampar com a “malta” tendo como manta o som das ondas do mar era o máximo! Como seria passar o fim-de-semana na Quinta da Graça, na companhia dos rapazes oriundos das mais variadas casas da Mocidade do distrito de Lisboa? A minha curiosidade era mais que muita. Contudo, aqui, ao contrário dos acampamentos, não gostei. Só por lá passei um fim-de-semana.


Nesta quinta, as mesas do refeitório tinham bancos corridos que comportavam cerca de 12 rapazes (6 de cada lado). Dispostas para acompanhar o comprimento da sala, divididas por um corredor. No final ficava atravessada a mesa dos “vips” com as respectivas cadeiras na direcção dos alunos.
Fazia parte da tradição um aluno representar os demais na mesa das personalidades, composta por monitores e convidados. Ainda hoje não sei o porquê de ter sido eu o escolhido para esse jantar de sábado. Ocupei a cadeira frente ao corredor, “encaixado” na minha esquerda por um padre, e pela direita, um engravatado qualquer.

Não me lembro de como era composto o menu, mas os olhos não se desviavam do centro de mesa carregado de fruta, onde abundava o fruto que tanto apreciava – os pêssegos -!
Uma dúvida me sobressaltava….Será que os “vip(s)”! comem os pêssegos à dentada…?

Demoro a ver, na minha frente, um prato pequeno acompanhado de faca e garfo.
Uma voz soa ao meu ouvido. Era a voz do padre:
…Como te chamas? ...Não comes fruta…?
Quero um pêssego, mas nunca os descasquei com faca e garfo, retorqui!
…Vê como eu faço… Disse o meu companheiro vip.
Sobre o olhar da rapaziada por perto, quiçá com as mesmas dificuldades no descasque, lá fui atabalhoadamente descascando com a faca e com o garfo o suculento pêssego. Quando perto do final de tão arriscada operação, o popular fruto, certamente ofendido pelo trato, salta a bom saltar do prato e rebola apressadamente pelo corredor, acompanhado na sua desenfreada correria as gargalhadas de todos que assistiram.

Em conclusão direi:
Nunca mais visitei a Quinta da Graça!


E jamais, ao longo da vida, comi pêssegos com faca e garfo!

sábado, 21 de junho de 2014

A Liga dos Combatentes em Torres Vedras


 Com a devida vénia, publicamos este artigo do Badaladas, que noticia as comemorações de evocação aos militares que lutaram pela Pátria, as quais tiveram lugar junto ao monumento dos ex-combatentes, frente ao tribunal, em Torres Vedras.
Nestas comemorações foram mais uma vez lembrados os ex-combatentes do Ultramar e a guerra em que estiveram envolvidos durante 13 anos e que tantas vitimas provocou.
-
nota - é referido neste artigo "a pouca presença de pessoas naquela cerimónia pública". O que se passou é que esta cerimónia não foi anunciada, como acontece com outro género de eventos. Acredito que se fosse dada a devida e merecida notoriedade e publicidade, muitas pessoas estariam presentes, homenageando os filhos da terra, os filhos de Portugal!

A MENINA QUE FALAVA COM O VENTO - outro conto do Botas.


quinta-feira, 19 de junho de 2014

PARABENS AO HIPÓLITO


Ao nosso amigo Hipólito, um grande abraço de Parabéns, com votos de boa saúde, junto dos seus.
Que tenhas um bom dia de aniversário!

OS AMIGOS DO MERCADO - mais um conto do Botas


quarta-feira, 18 de junho de 2014

terça-feira, 17 de junho de 2014

segunda-feira, 16 de junho de 2014

O Alfredo Alves passou pelo quartel da Parede.

Caros colegas 
Passei pela Parede-Carcavelos, encontrei uma relíquia dos anos 60 (quartel abandonado) e vi um rato lugar do sentinela até achei graça!! 
Um abraço do 
Alfredo Alves






sábado, 14 de junho de 2014

Fernando de Almeida faz hoje anos.

Guedes, Fernando Almeida e Luis Dias, em Macedo de Cavaleiros

Para o Fernando, da CCAÇ 2314,  um abraço de parabens, com votos de boa saúde.

terça-feira, 10 de junho de 2014

GUERNICA (o ensaio para a 2ª. G.Mundial) - pelo José Justo

Guernica é um painel pintado por  Pablo Picasso em  1937 por ocasião da Exposição Internacional de Paris. Foi exposto no pavilhão da  República Espanhola. Medindo 350 por 782 cm, esta tela pintada a óleo é normalmente tratada como representativa do bombardeio sofrido pela cidade espanhola de Guernica em 26 de abril de 1937 por aviões alemães, apoiando o ditador Francisco Franco. Atualmente está no Centro Nacional de Arte Rainha Sofia, em Madrid.

A pintura foi feita com o uso das cores preto e branco - algo que demonstrava o sentimento de repúdio do artista ao bombardeio da pequena cidade espanhola. Claramente em estilo cubista, Picasso retrata pessoas, animais e edifícios nascidos pelo intenso bombardeio da força aérea alemã (Luftwaffe), já sob o controle de Hitler, aliado de  Francisco Franco. Morando em Paris, o artista soube dos fatos desumanos e brutais através de jornais - e daí supõe-se tenha saído a inspiração para a retratação monocromática do fato.
Sua composição retrata as figuras ao estilo dos frisos dos templos gregos, através de um enquadramento triangular das mesmas. O posicionamento diagonal da cabeça feminina, olhando para a esquerda, remete o observador a dirigir também seu olhar da direita para a esquerda, até o lampião trazido ainda aceso sobre um braço decepado e, finalmente, à representação de uma bomba explodindo. Esse quadro foi feito também com o objetivo de passar para os que vissem, o que ele estava sentindo, um vazio por dentro de si, um conflito, uma guerra consigo mesmo buscando resposta para sua vida amorosa , e toda vez que ele via o quadro, pensava consigo mesmo, será que o meu problema é maior que essa guerra, ou tem mais importância para os outros, e naquele momento ele conseguia esquecer. O que para nós demonstra uma grande preocupação por parte dele mesmo.



Conta-se que, em 1940, com Paris ocupada pelos nazis, um oficial alemão, diante de uma fotografia reproduzindo o painel, perguntou a Picasso se havia sido ele quem tinha feito aquilo. O pintor, então, teria respondido: "Não, foram vocês!"

Na parte central (inferior direito) do quadro, a pelagem do cavalo mutilado é retratada com pequenos traços verticais. Picasso teria começado a fazê-las, mas quem as terminou teria sido sua esposa, pois o artista teria dito que davam muito trabalho.
Esteve exposto no Casón del Buen Retiro antes de ir para o Museu RCV cem 1994.
O quadro, transferido para Nova Iorque durante a Segunda Guerra Mundial, recebeu do pintor a ordem de que apenas quando a Espanha natal fosse um país democrático poderia para lá ser transladada. Ficou sob a guarda do Museu de Arte Moderna de Nova Iorque - MOMA. Isso ocorreu apenas a 9 de Setembro de 1981, sendo Guernica retirada do MOMA rumo a Madrid. Tinha chegado ao final a peregrinação da obra a que chamavam os espanhóis de "el último exiliado".

Wikipédia – Google

JJ edição fotos

domingo, 8 de junho de 2014

A PROPÓSITO DA PARTE 2 DO DIÁRIO DO JUSTO, EM 2009, FORAM TECIDOS NA ALTURA, OS SEGUINTES COMENTÁRIOS.

Meu amigo
Continuas na tua saga de nos dares a conhecer as tuas vivencias daquele tempo.
Relembro nestas tuas memorias, também as minhas.
O cheiro a terra vermelha, sêca, tinginda pelos primeiros pingos de chuva e que depressa se tornavam autenticas trombas de água. Relembro as trovoadas e aquela gente passando por elas como se nada fosse. Relembro o regresso das patrulhas encharcados até aos ossos. Relembrei tanta coisa nesta tua crónica.
Mas há uma coisa que me marcou sempre que foi a agitação que havia no aquartelamento sempre que um pelotão era atacado no mato. As mensagens, as correirias do cap. Vicente a caminho da sala de operações, a preparação da enfermaria e de toda a ansiedade que nos envolvia naqueles momentos.
"" morreu alguém, não morreu, há feridos, chama o heli, já não vale a pena...""
Há tempos em conversa com um "operacional" ele me dizia que neste blog só aparecem os "administrativos" . Quero aqui fazer homenagem, também aos operacionais, mas principalmente aos imcompreendidos da retaguarda, sem os quais não havia operacionais activos - as transmissões, refeitórios, maqueiros, reabastecimentos, spm's, mecanicos auto e de armamento, processadores de salários e sei lá quantos mais (que me perdoem os que aqui não menciono). A guerra pôe em movimento um conjunto de pessoas e especialidades, todas necessárias e se formos a rever a história, existem mortos e feridos de todos os lados.
Have a nice day...
Leandro Guedes
 ________________ 
6 de Julho de 2009 às 12:42 
Blogger Zé disse...
Tens toda a razão sobre os ainda "mais operacionais" que nós.
Digo mais, porque nos ataques ao quartel, as granadas às centenas não faziam destrinças, nem traziam escrito destinatários ou especialidades.
Muitas vezes me punha na pele dos camaradas, quando os via sair para as operações e emboscadas diárias, e ainda mais no seu arrastado regresso.
Interrogava-me se suportaria tal vida.
Tinha e tenho o máximo de respeito e admiração por eles.
Se dentro do arame farpado nós já penava-mos, fora dele decerto que tudo se tornava mais duro.
No entanto não posso deixar de comentar uns pormenores.
A maneira como cada um sentiu a guerra, tem muito, repito muito, a ver com a sua sensibilidade, formação, ambiente onde fui criado etc.
É triste constatar, mas devido ao país que eramos, a tropa e a guerra mostrou e proporcionou a muitos uma profissão, e deu-lhes alguns "trocos".
Outro pormenor, o de tentar por todos os modos uma especialidade, dentro do mal menor.
Na Veiga corria a dica, que com a cada vez maior crise de furrieis e alferes, a maioria desses quadros mobilizados ía para operacionais.
Fui dos muitos que não dei habilitações, na tentativa de conseguir benefícios nos psico-técnicos para a especialidade.
Tive problemas na Trafaria no fim do curso (creio que o Pica também estava no rol).
Criam que fosse para as aulas regimentais (fazer a 4ª classe) e creio ainda tenho na minha caderneta militar, em primeiro, nas habilitações literárias: "sabe ler e escrever" !!
Repito que muito apreço tinha pelos "mais operacionais", mas como dizes; sem rectaguarda o que fariam eles.
Tenho para mim que a muitos "não-operacionais", as marcas da guerra castigaram muito mais fundo as suas vidas.
Todos nos recordamos do Contino e os outros camaradas feitos prisioneiros de guerra, durante anos.
Ao ler as Cartas de Guerra em Angola, livro do Lobo Antunes, que em benesses como oficial médico em nada se comparariam com um soldado operacional, é latente carta-a-carta um desânimo e revolta
impressionantes.
Sobre o comentário dos "administrativos" no Blog !! pena deves tu e nós ter que, tão poucos dêm um ar das suas memórias.
José Justo
__________________ 

6 de Julho de 2009 às 15:34 
Blogger Raul Pica Sinos disse...
Meu bom Amigo Justo

Porque a memória já me vai faltando e porque não consigo, hoje, retratar com exactidão todos os momentos maus que todos nós (sem excepção) passámos em Tite e que tu brilhantemente consegues estampar no papel, não tento sequer fazê-lo, mas uma só coisa quero dizer e prometo que nunca mais falo sobre o assunto.

O Guedes diz que em conversa com um "operacional" fez este uma critica que, no blog, só aparecem cenas (e os) dos "administrativos".

Meu bom Guedes, já tinha ouvido, por outro camarada essa afirmação em Ovar e, não deves desanimar.

É no meu entender uma afirmação muito descabida e injusta com tal não lhe devemos dar muita importância, se bem que é uma evidência que quem tem tido a coragem de escrever, têm sido defacto os "administrativos", faltando à chamada (e a coragem)aqueles que fazem esse reparo.

Mas mesmo assim, não é inteiramente verdade que os "administrativos" só falem para "dentro". De uma leitura mais atenta podem, aquele ou aqueles que fizeram o "reparo" que, no que se escreve, não foi para "dentro" dos autores, eu diria que, se foi para dentro terá sido para dentro quartel. O sofrimento que por vezes é descrito, infelizmente, não foi só dos "administrativos" como é fácil de se concluir.

É verdade, indiscutível, que os saíam em operações tiveram mais sofrimento daqueles que não o fizeram, mas muitas vezes ouvi dizer que, quando eram, também, vitimas nos ataques ao aquartelamento, prefeririam naquela hora estar no mato. Tinham razão? Não sei, o que sei é que grande parte dos feridos e mortos das NT foram por flagelações ao aquartelamento.

Mas porque é que aqueles que fazem os reparos não vêm à "estampa" contar toda essa diferença, acreditem que os "administrativos" humildemente aceitam a "diferença".

Tenham um bom dia, sempre!
Pica Sinos
________________ 

6 de Julho de 2009 às 17:18 
Blogger Hipólito disse...
Estava a “have a nice day”, quando, ao abrir estes comentários, me deparo com um “trilema” . . ., a ponto de não saber para que lado cair.
E, como sou “murcon”, não atinjirei o alcance das v/altercações filosóficas e, por isso, peço me elucidem para, ao menos, entrar na v/onda.
A minha especialidade foi condutor-auto (nosso cabo, cuidado), a que, ainda hoje, não sei porquê e nem quem, agregaram mais dois tachos, o de SPM e o de auxiliar de serviço religioso ( e não sacrista, qual quê?!), além de outros biscates para compor a mesada.
Daí o trilema.
Fui operacional, administrativo ou mais um que andou lá nessa guerra de que vocês falam e de que já nem me lembro lá muito bem?

Nesta idade, digo eu, quero, é que se . . .lixe  a taça . .
Hipólito

sexta-feira, 6 de junho de 2014

SERAFIM

Há pouco vi no facebook uma mensagem dum neto do Serafim, que diz o seguinte:

"E parece que chegou ao fim a saga da dita operação... foste forte; corajoso; batalhador; não desististe ao fim de 4 idas e vindas do hospital. Estás bem e pronto para vires para casa.
Estamos ansiosos por te receber avô.
Santiago Serafim"
__________
Tenho tentado há vários dias e por várias vezes ligar para o Serafim, mas o telemovel está permanentemente desligado.
Como sabem ele foi operado há duas semanas no Amadora Sintra.
Desejamos as suas melhoras.

LG.

DIA D - 6 DE JUNHO DE 1944 (2ª. GUERRA MUNDIAL)

"1944: Dia D na Normandia
INSTANTÂNEOS:
NAZISMO E 2ª GUERRA MUNDIAL

1933:Brecht foge da Alemanha 1933: Repressão ao Partido Comunista da Alemanha1933: Aprovação da Lei Plenipotenciária 1933: UFA demite funcionários judeus1933: Grande queima de livros pelos nazistas1933: DVP e DNVP se dissolvem 1933: Hitler controlava a imprensa falada1933: Alemanha deixa a Liga das Nações1934: Hitler manda executar Ernst Röhm 1934: Nazis assassinam ditador da Áustria1934: Regime nazi intervém na Justiça 1935: Nazis retiram a cidadania alemã de escritores e oposicionistas1936: Abertura dos Jogos Olímpicos de Berlim1936: Constituição do Eixo Berlim-Roma1936: Thomas Mann é expatriado1938: O pogrom da "Noite dos Cristais" 1939: Assinado o Pacto de Não-Agressão com Estaline1939: Eslováquia torna-se independente1939: Alemanha invade a Polônia
1939: Programa nazi de extermínio1939: Soviéticos invadem a Polônia1939: Primeiro atentado contra Hitler1940: Alemanha inicia ofensiva ocidental1940: Armistício de Compiègne1940: Estreia do filme "O judeu Süss"1940: Crianças alemãs refugiam-se dos bombardeamentos1941: Selada aliança entre Londres e Moscou 1941: EUA decidem construir a bomba atômica 1941: Aberto o campo de concentração de Theresienstadt 1942: A Conferência de Wannsee1942: Genocídio dos judeus polacos 1942: Judeus proibidos de ter animais domésticos1942: Ofensiva dos Aliados em El Alamein1942: Anne Frank inicia seu diário 1942: Batalha de Tobruk1942: Panfletos da resistência antinazi "Rosa Branca"1942: Pedagogo Janusz Korczak é deportado para Treblinka1942: Fracassa desembarque dos Aliados na Normandia1942: Tropas alemãs invadem o sul da França1943: Goebbels declara guerra total.

O dia 6 de junho de 1944 entrou para a História como o Dia D. Nesse dia, os aliados desembarcaram nas praias da Normandia para iniciar uma grande ofensiva contra as tropas nazis.
Durante anos, a decisão por uma grande ofensiva através do Canal da Mancha foi motivo de fortes controvérsias entre os Aliados. Inicialmente, não houve consenso quanto à proposta da União Soviética de abrir uma segunda frente de batalha na Europa Ocidental, a fim de conter as perdas russas nos violentos combates contra as Forças Armadas alemãs.
Somente no final de 1943, decidiu-se em Teerão planejar para a primavera europeia seguinte a chamada Operação Overlord – a maior operação aeronaval da história militar.
Nos meses seguintes, mais de três milhões de soldados norte-americanos, britânicos e canadianos concentraram-se no sul da Inglaterra para atacar os alemães na costa norte da França. Além disso, dez mil aviões, sete mil navios e centenas de tanques anfíbios e outros veículos especiais de guerra foram preparados para a operação.
Operação anunciada pelo rádio
Em 6 de junho de 1944, foi anunciada pelo rádio a chegada do Dia D – o Dia da Decisão. A operação ainda havia sido adiada por 24 horas, devido ao mau tempo no Canal da Mancha e, por pouco, não fora suspensa.

Antes do amanhecer, paraquedistas e caças aéreos já haviam bombardeado trincheiras alemãs e destruído vias de comunicação. Uma frota de aproximadamente 6.500 navios militares atracou num trecho de cerca de 100 quilômetros nas praias da Normandia, no noroeste da França.
Ao final do primeiro dia da invasão, mais de 150 mil soldados e centenas de tanques haviam alcançado o continente europeu. Graças à supremacia aérea dos aliados, foi possível romper a temível "barreira naval" de Hitler e estabelecer as primeiras cabeceiras de pontes. As perdas humanas – 12 mil mortos e feridos – foram menores do que o esperado, visto que o comando militar alemão fora surpreendido pelo ataque.
Alemães esperavam adiamento da operação
Os nazis previam uma invasão, mas não sabiam onde ela ocorreria. Também não chegaram a um consenso sobre a melhor maneira de enfrentá-la. Por causa do mau tempo, eles esperavam que a operação fosse adiada para o verão europeu. Em função de manobras simuladas pelos aliados, Hitler concentrara o 15º Exército na parte mais estreita do Canal da Mancha, onde previa ser atacado.
As demais tropas alemãs permaneceram no interior do país, em vez de serem estacionadas na costa, como havia pedido inutilmente o marechal-de-campo Erwin Rommel. Graças a esses erros estratégicos, os aliados escaparam de uma violenta contraofensiva alemã.

Apesar disso, o avanço das tropas aliadas enfrentou forte resistência. A cidade de Caen, que os ingleses pretendiam libertar já no dia do desembarque, só foi entregue pelos alemães no dia 9 de junho, quase toda destruída. As defesas nazis no interior da França só foram rompidas a 1º de agosto, uma semana depois do previsto.

O Dia D, comandado pelo general Dwight D. Eisenhower, foi o ataque estratégico que daria o golpe mortal nas forças nazistas. "Esse desembarque faz parte de um plano coordenado pelas Nações Unidas – em cooperação com os grandes aliados russos – para libertar a Europa. A hora da libertação chegou", profetizara o próprio Eisenhower, em 2 de junho.
Paris foi libertada em 25 de agosto, Bruxelas, em 2 de setembro. A fronteira alemã anterior ao início da guerra foi cruzada pelos aliados em Aachen em 12 de setembro, ao mesmo tempo em que eram realizados bombardeamentos aéreos contra cidades industriais alemãs. No início de 1945, os soviéticos (pelo leste) e os norte-americanos (pelo oeste) fizeram uma verdadeira corrida para chegar primeiro a Berlim, para comemorar a vitória definitiva sobre a Alemanha nazi.

Deutsche Welle"

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Joaquim Pessoa - enviado pelo Pica Sinos


"Obrigado, excelências.
Obrigado por nos destruírem o sonho
e a oportunidade de vivermos felizes e em paz.
Obrigado pelo exemplo que se esforçam em nos dar
de como é possível viver sem vergonha,
sem respeito e sem dignidade.
Obrigado por nos roubarem.
Por não nos perguntarem nada.
Por não nos darem explicações.
Obrigado por se orgulharem de nos tirar
as coisas por que lutámos e às quais temos direito.
Obrigado por nos tirarem até o sono.
E a tranquilidade. E a alegria.
Obrigado pelo cinzentismo, pela depressão, pelo desespero.
Obrigado pela vossa mediocridade.
E obrigado por aquilo que podem e não querem fazer.
Obrigado por tudo o que não sabem e fingem saber.
Obrigado por transformarem o nosso coração
numa sala de espera.
Obrigado por fazerem de cada um dos nossos dias
um dia menos interessante que o anterior.
Obrigado por nos exigirem mais do que podemos dar.
Obrigado por nos darem em troca quase nada.
Obrigado por não disfarçarem a cobiça,
a corrupção, a indignidade.
Pelo chocante imerecimento da vossa comodidade
e da vossa felicidade adquirida a qualquer preço.
E pelo vosso vergonhoso descaramento.
Obrigado por nos ensinarem tudo
o que nunca deveremos querer,
o que nunca deveremos fazer,
o que nunca deveremos aceitar.
Obrigado por serem o que são.
Obrigado por serem como são.
Para que não sejamos também assim.
E para que possamos reconhecer facilmente
quem temos de rejeitar.

Joaquim Pessoa"
_________________________
Hoje vem publicado em alguns jornais, este pedido de ajuda. Dá que pensar!
De realçar ainda que, no Correio da Manhã de hoje, vem publicado parte do Relatório do Banco de Portugal, onde é referido que no ultimo ano mais 85.000 Portugueses, foram atirados para a pobreza e para a fome.

Não adianta nada o assunto ser referido neste blog, sabemos isso, mas alguém há-de deixar de dormir algumas horas por causa desta situação...



domingo, 1 de junho de 2014

Um conto do Cabito abençoado pelo Hipólito


Num bistes o comentário ao vídeo do Cavaleiro que aquele sacrista botou no blog?
Inda estaindes a digerir o das Caldas, lateiros duma figa?
Carago! Num daindes mesmo balor ninhum àquele artista!
O que bós querendes, bélhadas, é que vos conte uma historinha para nanares melhor, à noute, não?
*
Aí vai uma, ouvida do Cabito, aquele "penáfias", que só fazia bem, quando pensava que estava a fazer mal, e seja o que Deus quiser . . .
- Oh pá, em Tite, não tinha sortinha nenhuma! . . .
- Então, porquê?
- Fui nomeado cabo do rancho pelo major. Levava uma vidinha de lorde, boa comida, pouco trabalho e nada de mato . . .
- Pois, concordo eu . . .
- Só que, um belo dia, estava a cortar uns nacos de boa carne de vaca para o rancho e, à socapa, ia agasalhando, para uma vasilha que estava por baixo do balcão, umas febras da melhor qualidade.
- E, então? . . .
- Aparece o major e o caldinho entornou-se . . .
- Oh diabo!, disse eu.
- Pois foi! . . . "Nosso cabo, já daqui para fora e vai já alinhar direitinho para o mato", sentencia o major, dedo em riste . . .

- Foi bem feito! Estavas a prejudicar o rancho do pessoal, seu artolas, disse eu. Por essas e outras manigâncias é que o pessoal não era bem alimentado . . .

- Pois era e disso me penitencio. O pior é que o material nem era para mim!
- Como?, meu artolas duma figa! . . .
- Pois não! Eram para um furriel, porreirinho, mas bem fresquinho, por sinal! Só não sei se se destinavam à messe dele, se para fazer psico a alguma bajuda da tabanca, no que era um especialista de primeiríssima . . .
- Tu é que me saíste um "murcão" de primeiríssima apanha! Vê-se logo que és da terra dos burros e albardas . . .
Hipólito