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“Se servistes a Pátria que vos foi ingrata, vós fizestes o que devíeis e ela, o que costuma”


(Do Padre António Vieira, no "Sermão da Terceira Quarta-Feira da Quaresma", na Capela Real, ano 1669. Lembrado pelo ex-furriel milº Patoleia Mendes, dirigido-se aos ex-combatentes da guerra do Ultramar.).

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"Ó gentes do meu Batalhão, agora é que eu percebi, esta amizade que sinto, foi de vós que a recebi…"

(José Justo)

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“Ninguém desce vivo duma cruz!...”

"Amigo é aquele que na guerra, nos defende duma bala com o seu próprio corpo"

António Lobo Antunes, escritor e ex-combatente

referindo-se aos ex-combatentes da guerra do Ultramar

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Eles,
Fizeram guerra sem saber a quem, morreram nela sem saber por quê..., então, por prémio ao menos se lhes dê, justa memória a projectar no além...

Jaime Umbelino, 2002 – in Monumento aos Heróis da Guerra do Ultramar, em Torres Vedras
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“Aos Combatentes que no Entroncamento da vida, encontraram os Caminhos da Pátria”

Frase inscrita no Monumento aos Heróis da Guerra do Ultramar, no Entroncamento.

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Sem fanfarra e sem lenços a acenar, soa a sirene do navio para o regresso à Metrópole. Os que partem não são os mesmos homens de outrora, a guerra tornou-os diferentes…

Pica Sinos, no 30º almoço anual, no Entroncamento, em 2019
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"Tite é uma memória em ruínas, que se vai extinguindo á medida que cada um de nós partir para “outra comissão” e quando isso nos acontecer a todos, seremos, nós e Tite, uma memória que apenas existirá, na melhor das hipóteses, nas páginas da história."

Francisco Silva e Floriano Rodrigues - CCAÇ 2314


Não voltaram todos… com lágrimas que não se veem, com choro que não se ouve… Aqui estamos, em sentido e silenciosos, com Eles, prestando-Lhes a nossa Homenagem.

Ponte de Lima, Monumento aos Heróis da Guerra do Ultramar


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terça-feira, 30 de junho de 2009

O Pedro fez ontem 64 anos e teve direito a festa...

Caros amigos do Zé Pedro,
Tal como prometido, ai vos enviamos as fotos do seu aniversário. Foi uma festa e tanto!
Música, borrego, porco, vinho, Whisky, amizade e solidariedade.
Tudo casou de forma simples e magistral.
É assim a mística de Montes Altos.
Um abraço do Zé Pedro para todos os camaradas que com ele estiveram na Guiné.
Diogo Sotero

domingo, 28 de junho de 2009

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Retiramos do blog do Pica, este excelente artigo sobre as Festas de S.Pedro, não esquecendo que em Torres Vedras, também se celebra este Santo, estando nesta altura a decorrer uma Feira com o seu nome, e que se prolonga por dez dias.

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"SEIXAL É ÚNICO NAS FESTAS DO S.PEDRO

NAS FESTAS POPULARES
Deste velho de barbas brancas, como identifica o poeta Fernando Pessoa, lembro-me, em miúdo, quando o tempo era propício a trovoadas, de tapar a cabeça com os lençóis por medo dos trovões, dizendo a minha mãe para não ter, porque o santo, lá no céu, estava numa de arrumar a “casa”. Aliás creio que muita da sua popularidade advém do “regozijo” ou da “culpa” que lhe é conferido pela ocasião das chuvas, na abundância ou por falta dela.
Tu que diabo? És velho És o único dos três que traz velhice Às festas. Tuas Barbas brancas Têm tudo contudo um ar terno A que o teu duro olhar não dá razão. Parece que com essas barbas brancas Por fenómeno de imitação Pretendes ter um ar de Padre Eterno.
Recordo também, na adolescência, nas festas populares da cidade da minha terra natal, o “queimar os últimos cartuchos”; quer nos bailaricos, quer no “saltar às fogueiras”. Eram as festividades que encerravam, o campismo selvagem lá para os lados da Trafaria, nos fins-de-semana, era a meta a seguir.
Se há quem diga (bairristamente falando) que o Santo António está para Lisboa, e o São João está para o Porto, cabe-me dizer (morador no concelho à 38 anos) no São Pedro, Seixal é único. E quem com dúvidas houver, venham ver de como o Povo ribeirinho se esmera nas comemorações deste seu santo padroeiro, que também foi pescador.
Cá está a Timbre A espalhar a sua alegria Traz o Manel e a Maria Vem com cana e balões Com a sua gente Vem dar volta ao arraial E a cantar dizer bem alto Viva o Seixal
As festividades, promovidas pela Câmara Municipal do Seixal, em honra do São Pedro, iniciaram-se, este ano, 10 dias antes do feriado municipal, para que os naturais, munícipes e visitantes, tenham a oportunidade de participarem nos diversos arrais, nos “comes e bebes” e assistir a eventos como: animação de rua, teatro ao ar livre, na actuação das bandas filarmónicas, na mostra, todos os dias, do artesanato, ranchos folclóricos e ainda a animação dos músicos itinerantes.
Encontro de estátuas vivas, actuação de conjuntos musicais, a exemplo; UHF, Anjos, Banza. Outros artistas de nomeada tais como: Marco Paulo, Rui Bandeira, Susana Félix e o Mário Barradas a cantar Ary dos Santos. Fados e guitarradas no Largo da Igreja e o desfile da Orquestra de percussão – Toca a Rufar, espera-se que sejam momentos de grande regozijo.
Igualmente a serem pontos altos, na véspera do dia de São Pedro, é os desfiles das marchas populares dos diversos bairros e freguesias, incluído neles as marchas, dos Reformados e a das Canas.
Mas em que consiste a Marcha das Canas de que tanto gosta o povo do Seixal e, que parte dos músicos das centenárias Sociedades Filarmónicas; Democrática Timbre Seixalense e União Seixalense, entre outros, com muito bairrismo, primam, todos os anos, por abrilhantar tal evento?
Dizem os mais velhos que era tradição, no dia que antecede o dia de São Pedro, após o baile popular, os resistentes, deslocavam-se com uma toalha branca ao ombro, na direcção da Quinta Grande, onde havia um chafariz e caniçais. Lavavam e limpavam a cara para depois atar as toalhas às canas, previamente cortadas, que erguiam, voltando pelo nascer do Sol, em marcha ao som da charangada, com o intuito de manterem bem vivas as festividades em honra do Santo.
Dizer, para concluir, que hoje, o espaço dessa Quinta, só dá lugar ao nome e a empreendimentos habitacionais, contudo para que a tradição não morra, com o apoio da C.M.S., foi construído, creio que uma réplica do chafariz, na área da nova sede da Soc. Portugal Cultural e Desporto, na Arrentela, difícil é, por perto, encontrar um caniçal. Pica Sinos."

sábado, 27 de junho de 2009

O Pedro faz anos a 29 de Junho.

Caro amigo Leandro, Cá estou eu a dar noticias do nosso(vosso) Pedro, boas noticias, pois já está recuperado de uma pequena virose e faz 64 anos dia 29 de Junho, motivo bastante para lhe realizarmos uma festa de anos bem rija. Serão vinte amigos e amigas da zona, a mairoria colegas e dirigentes do Centro social dos Montes altos, que estarão juntos no Tamijoso (Restaurante perto de Mértola), onde vamos despachar 2 porcos assados no forno, regado com tinto alentejano e muita muita música. Nós por cá somos assim, metade do tempo em trabalho e a outra em festa. Connosco a depressão não passará! Vamos tirar fotos e mandar-vos para a vossa página. Um abraço amigo para todos vós. Diogo Sotero. -------------------------------- Caro Amigo Sotero Obrigado pelas noticias. Fazemos votos votos para que seja um grande dia de festa, em honra do nosso amigo Pedro. Ficamos a aguardar as fotos para podermos publicar no blog. Um abraço para si e para o Pedro e para todos os seus simpáticos amigos e amigas do Centro Social dos Montes Altos. Bem hajam! Leandro Guedes.

O Sacristão das TMS...

Acordei, hoje, de “cu pr'ó ar” . . . Fruto, quiçá, de algum sonho frustante e destrambolhado . . . Imaginem (abrenúncio!), que cheguei à conclusão de que também pertenço às TMS! . . . É inquestionável, palavra . . . Quem é que vos transmitia de/e para as v/famílias, queridinhas, madrinhas de guerra e quejandas, duas e mais vezes por semana ? . . . O SPM, claro. Quem vos transmitia, na ausência do capelão, a palavra do senhor, os bons conselhos, os bons exemplos (como foi, e continua, meu apanágio), etc., etc., quem ? . . . O “sacriston”, clarissimamente . . . Decididamente, mais um das TMS. Ou, ainda, subsistirão dúvidas? . . . Terá, este sonho, a ver com o alvitre de alguém das TMS ter aventado um encontro “inter pares” (comestível) e o facto de, por remota hipótese, ser convidado, ao menos, com estatuto de mero observador? . . . Ou, ainda, com o facto de ter visionado uma foto “artística” dos ex-fur. Cavaleiro e Luís, inserta algures no blog, e que me aguçou o apetite para fazer esta pergunta: Para quando umas crónicas do “madraço” do Cavaleiro (que tão bem escreve)? . . . Quanto mais não seja, para, com o seu ascetismo, assumir e tentar salvar a honra do convento (das TMS, é óbvio). E, porque não, também do Luís? . . . E, porque não, também de outros? . . . Estarão, porventura, à espera para quando já não “puderem das canetas”? . . . Queira Deus, não me arrependa desta, se bem que, ressalvo, tão-só, traduza aspirações de um mero sonho. Hipólito

O Hipólito foi fisgado...

Bem me punha, o Mestre, de sobreaviso: - Olha, compadri, às tantas da matina, quando estou com as mãos nas mamas da “menina”, à cata do leitinho, ponho-me a “matutari” . . . Nã posso falar muito, sou da mesma casta . . . mas, - Põe-te a pau, aqueles fregueses, nã são de confiança. É uma cáfila de matulos, com padrinhos e não sei que mais, talqualmente . . . E as piores suspeitas, confirmaram-se . . . - A manusear o pincel, pela 1ª vez, aos vinte e tal anos ?! . . . Que apetência para as “lides clitóricas” (ou lá o que seja que pictórico queira significar) ! . . . E, . . . seguindo as pisadas do padrinho . . .

Raramente me engano ou tenho dúvidas, mas, desta, só desconfiei, quando, inopinadamente, nos cai em cima mais um reforço - o Pintão -, . . . com ameaça de que o mercado ainda não fechara e a equipa ainda não estará completa.

E, já que estamos em maré de bagunça, expresso, agora e antes que me esqueça, um voto de protesto pelo anquilosado e obtuso processo da minha nomeação para o n/próximo encontro. Os fresquinhos do Guedes e do Pica, atiraram, à laia de Peniche, a pedra, esconderam a mão e pisgaram-se para o comboio . . . ala que se fazia tarde. Chegados, já, ao final do almoço de Ovar, o n/cap. Paraíso Pinto (outro, que tal), pé ante pé, abeirou-se de mim e, de soslaio, de cima para baixo, com aquele seu dengoso jeito de retinto e típico queque alfacinha, atira (ipsis verbis): - Oh, pá, foste, democraticamente, pá, nomeado, pá, para organizares o próximo. Que dizes, pá? Se recusares, pá, vais a conselho de guerra, pá. Ouviste, pá? Assim, . . . chapadinho. Claro que, com tão límpida democracia, ouvi (apesar de estar a ficar mouco como um penedo), e, já que não podia recorrer, resmunguei, pá . . .

Mas lá que é dado adquirido, é . . . Ementa: - torresmos com açorda de caracóis, à moda da capital da “coltura”. . . e à sombra de um chaparro. Estarei ( se Deus quiser) cá, para gosar de palanque.

Só emigrando ou encatrafiando-vos nas catacumbas, é que vos livrareis desta praga . . . Hipólito

Oh Costa, onde andas tu e o Guedes ?...

O Costa e o Frumino Guedes encerraram para obras ou para balanço? Daqui a dias, vou em missão evangelizadora pelo Baixo Alentejo e não tenho material catecúmeno para exercer a minha meritória actividade. E não tenham pruridos, tanto mais que o n/alentejano está já industriado de que, tudo o que aparece e que possa parecer menos curial, é culpa do editor e seus co-editores, uma vez que, sabe ele e há muito, eu não tenho qualquer gestão do blog. Rssssss . . . Hip.

Almoço anual da CART 1743.

O almoço anual da CART 1743, ocorreu no passado dia 20 de Junho. Já pedi por duas vezes ao Soares para me mandar um texto e fotos. Mas não há maneira... Faço agora o pedido público para que tal aconteça. És pior que uma noiva... Abraços.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

O desabrochar dum "pintor"...

...e eis senão quando... descubro estas “preciosidades” !! Muitos não saberão, mas o nosso amigo Cavaleiro fazia uns bonecos com pincéis e tintas, e pena é, que por modéstia, nunca nos tenha mostrado os seus trabalhos. Em Tite, um dia apareceu no Centro Cripto com toda a panóplia artística que tinha mandado vir de casa. Tintas de óleo, pincéis etc. Claro que fiquei logo com os olhinhos às cambalhotas. Convenci-o a deixar-me experimentar fazer uns bonecos, ele acedeu...e lá saíram estas “obras primas” que são vistas da Tabanca de Tite. À falta de telas...como suporte... cartolina de dossiers... Não gozem...para quem nunca tinha pegado num pincel... Obrigado Cavaleiro, como vê, e sem saber, foi o meu padrinho nas lides pictóricas.

Zé Justo

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Noite de São João, no Porto

Meus amigos

Para quem nunca foi ao Porto na noite/véspera de São João, 23 para 24 de Junho, não sabe o que já perdeu.

Mas sabe, isso sim, que ainda está a tempo de recuperar alguma coisa.

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Não vale a perna entrarmos em descrições mais ou menos filosóficas sobre como nasceu, a quem se atribui a ideia, ou quem é mais ou menos brincalhão nesta noite.

O que interessa é recordar uma noite em que o Porto se enche de gente, milhares e milhares de pessoas, que com um alho porro (que afasta os “espíritos malignos”…) na mão, ou um ramo de cravos, ou um ramo de cidreira, ou ainda uma ramo de manjerico, se passeiam numa enchente impressionante, passando esses ramos pelos rostos uns dos outros.

Por volta das 22 horas já as ruas estão cheias de gente e só ficam vazias pelas seis da manhã, isto se a noite estiver boa.

Ultimamente os martelinhos, ou martelões, têm feito também a sua aparição, mas sem a mística das plantas atrás mencionadas.

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A véspera de São João é uma mistura de festa e passeata, de ritual pagão. Passeiam-se ranchos e rusgas de foliões, misturados com os cidadãos.

Não há transito automóvel algum nas ruas da baixa do Porto.

Que graça tem isso, perguntarão alguns?

No dia a dia não terá muita graça, mas nessa noite, não sei porque magia, transmite uma imensa alegria.

Fogueiras por todo o lado onde se pratica o culto pelo fogo com danças em seu redor.

E a sardinha assada, pão com chouriço, caldo verde.

Havia até a prática de comer à meia-noite uma fatia de pão com manteiga e canela, ou com azeite (tipo Catalana)

Segundo a crença portuense, apanhar o orvalho duma noite de São João, dá saúde e formosura.

A água bebida nessa noite de São João, duma fonte natural, proporciona felicidade no amor e está ligada a práticas divinatórias, sortes e crenças.

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Nada melhor para representar o espírito da noite de São João do Porto, que esta quadra que venceu em 1978, um concurso do Jornal de Noticias:

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Cá vão na rusga contentes

Porque esta noite a cidade

Mais do que um rio de gente,

É um mar de humanidade

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E é com este apoio popular e este sentimento entranhado dos festejos, espontaneamente vivido e praticado, que é possível um tão profundo enraizamento das festas da cidade.

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Há gente que vai de Lisboa no último comboio da noite, chega ao Porto às 23 horas, passa a noite na rua e regressa no primeiro comboio do dia seguinte. Desembarca e embarca no meio da festa, na estação de São Bento. Muitos mais vêm do norte do Porto, também de comboio (falo no comboio porque sempre se bebe uma cerveja a mais...)

Portanto amigo, se queres saber como é o São João no Porto, mete-te no comboio, leva contigo uma roda de amigos e/ou familiares que possam bem andar a pé (crianças, não) e depois conta como foi.

domingo, 21 de junho de 2009

Santos Populares, no Porto - pelo Pica

Do blog do Pica, roubei mais este artigo sobre os Santos Populares - Desta vez o São João, Santo Padroeiro da cidade e arredores do Porto.

Para a semana espero que ele volte a publicar, desta vez um artigo sobre o São Pedro, para o Hipólito ficar contente, bem como o Camelo, o Narciso, Vaz Alves, o nosso Capelão e outros mais.

"São João santo bonito

Bem bonito que ele é

Bem bonito que ele é

Com os seus caracóis d’oiro

E seu cordeirinho ao pé

Dizem que o São João é o santo que mais se festeja na Europa, e que durante muito tempo era dos três santos populares, que a igreja, por causa da sua fama de sedutor, menos confiava.

Também se diz, que o Povo, ao São João, este também com a fama de casamenteiro, sempre lhe dispensou grande admiração, sobretudo nas camadas mais jovens. A popularidade, aproximação e veneração eram de tal ordem, que era comum ser tratado por tu, posição bem invulgar há época.

Não era com menos a estima, afeição e respeito que ao Santo António e ao padroeiro dos pescadores, São Pedro, o Povo lhes dispensavam, razões mais que acrescidas para a cognominação de populares.

As festividades em honra do São João destacam-se pela sua sumptuosidade, e grandiosidade popular, sobretudo nas Cidades do Porto, de Braga, de Almada, de Guimarães, de Portimão e em muitas outras de norte a sul do país.

São João vem ver as moças

Bem bonitas que elas são

Bem bonitas que elas são

São ainda mais bonitas

Na noite de São João

Quando jovem, nos meses de Junho, por estas ocasiões, era como se diz …um virote… Não havia bairro ou arraial em Lisboa, que o rapaz não os abrilhantasse com a sua presença. No entanto por outras razões, há 2 datas bem marcadas, que por muitos anos que viva não as vou esquecer, é a sexta-feira do dia de 23 de Junho de 1972 e a terça-feira do dia 24 de Junho de 1980.

Pelas 16 horas daquela sexta-feira, véspera de São João, do ano de 1972, nasce na Associação dos Empregados do Comércio, na Freguesia de S. Lourenço em Lisboa, a minha filha Sofia, e nessa mesma noite, “doido” de alegria, festejei tal acontecimento no arraial, num Largo ali bem perto, o da Graça.

Pelas 09 horas daquela terça-feira, dia de São João, mas 8 anos mais tarde, nasceu no Hospital de Stª Maria, na Freguesia do Campo Grande, a minha filha Catarina. Desta vez não fui para um qualquer arraial da minha cidade natal, na medida em que não só por razões dos festejos dos anos da filha Sofia, mas também pelo vaivém, durante a noite, casa/hospital/casa/hospital até à hora do nascimento.

Acreditem que não houve, em todos os anos, melhores noites de São João!

Santo António já se acabou

O São Pedro está-se a acabar

São João, São João, São João

Dá cá um balão para eu brincar"

sábado, 20 de junho de 2009

As aventuras dum alentejano e dum minhoto

Devo ser, mesmo, um artolas chapado e incorrigível. Não assimilei o que o meu saudoso avô, carinhosa e sapientemente, me procurava incutir, ensinando: - Olha, meu menino, os burros também trabalham e não deixam de ser burros toda a vida. Uma “cansêra” . . . uma “trabalhêra” . . . é no que dá a incessante luta travada pela reposição da verdade material a que meti ombros. Vá lá, ao menos, posso consignar que, no périplo exaustivo junto dos TMS, todos, sem excepção, em uníssono e a pés juntos, me garantiram que, dos produtos hortícolas surripiados da horta, suposta e colectivamente partilhados, nenhum deles usufruiu e nem disso teve conhecimento . . ., sequer de ter ouvido falar . . . Numa destas diligências, armado em tecnologicamente avipalhado, saquei do computador para, com o Mestre a meu lado, visionarmos o n/blog. Com a endógena “periquitice” em computar e com o meu “english” pelas horas da amargura, pumba . . . acerto, sem querer, naquele mail que o Costa me enviou para o correio e que rezava, assim: -”Funcking (ou vocábulo similar) in office of Laura” . . . Funcking, não fazia, nem faço, a mínima ideia do que seja. Como li “office”, deduzi que, talvez, a Laura fosse a algum ofício ou cerimónia religiosa, não devendo haver, ao contrário do habitual no Costa, qualquer cena de sexo, eventualmente, mais ousada. Só me apercebi quando oiço o Mestre a murmurar: - Essa é muito boa! . . . Essa é forte! . . . O Costinha, é dos frescos . . . Olhando, de soslaio, para o Mestre, reparo nos seus olhos “esbogalhados” e na sua “facies” congestionada, como que estivesse a ver o satanás e próximo de um ataque de apoplexia, não parando de se contorcer na cadeira. Acto contínuo, um ranger de madeira: “Xrreq . . . xrreq . . . catrapum” . . . Tinha sido a cadeira, onde o Mestre se sentara [e, para si, remoninhava, na sua lenga-lenga, essa é muito boa, nem, quando vou à das Viúvas, vejo disto], que dera de si. Bonito serviço! . . . Uma caldeirada . . . Meto-me em cada alhada! . . . E convencer as nossas consortes e a filha do Mestre de que este se emocionara ao ler o diário do Justo, no blog? O cabo dos trabalhos! Ainda hoje, estou convicto de que elas não foram na cantiga, uma vez que, da parte da minha, no resto da semana, só “pão e água”, para que sirva de lição. Recomposto o Mestre, enquanto emborcava mais uma “mijeca”, lá me foi “bichanando”, vingando-se da marotice do Costa: - Aqueles “badalados” reencontros, após 40 anos, nã sei . . ., não . . . Já me constou que, talvez derivado às teias de aranha, só com creme “Nívea”. . . Hum! . . . estou mas é em crer que a ferramenta dele já deve é estar “xarangada” . . . Já não é “suma ferro quente” . . ., como em Tite, nã . . ., rematou, o Mestre, pertinentemente.
Hipólito

Divulgação

Solicitaram divulgação deste evento, para quem estiver interessado. Neste momento bem difícil da Guiné-Bissau, todos os que se preocupam são bem vindos..

quinta-feira, 18 de junho de 2009

O Carlos Reguila, escreve para a malta...

Caro amigo GUEDES:

Venho por este meio pedir desculpas aos meus camaradas e amigos, a quem, no almoço de Ovar não falei, devido ao desconhecimento de quem seriam, por exemplo o Melo, furriel de Arrabaça, Ramos, Régua e outros mais. Só no regresso na companhia do Correia e do Marinho é que começamos a falar quem era um e outro, e depois o Correia e o Marinho é que me disseram quem era quem.

Desde já mais uma vez as minhas desculpas a quem não falei, mas espero que no próximo encontro ou evento nosso, possa estar com eles e partilhar nesse momento todas as nossas recordações.

Sem outro assunto

Abraços e Cumprimentos a todos os camaradas.

CARLOS LEITEREGUILA

Rua das Tilias nº3

2710 - Lourel

Tlm: 91 457 95 24

Tlf: 21 923 13 47

terça-feira, 16 de junho de 2009

O Pintão escreveu

Depois da odisseia para encontrar o Pintão, como o prometido é devido, este nosso camarada, que há muitos anos não sabíamos do seu paradeiro, mandou mais fotografias acompanhadas da promessa de que em breve voltará ao nosso convívio para contar algumas das histórias em Tite. Transcrevo a carta que o Pintão me fez chegar.

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"Caro camarada Pica Sinos

Antes de mais, espero que te encontres de saúde, na companhia de todos os teus, cá em minha casa tudo bem.

Fiquei muito contente de ter falado contigo, não esperava tal, sempre recordamos algumas passagens da Guiné, mais concretamente de Tite.

Envio-te estas fotos que pediste, as quais agradeço que me devolvas, junto vai um envelope selado para tal.

Quanto ao escrever algo sobre a nossa “estadia” na guerra, claro que me lembro de alguns factos, mas dispersos. Vou esforçar-me para me lembrar de algo em concreto e depois envio-te.

Um grande abraço amigo para ti e por teu intermédio para todos os outros camaradas.

João Pintão Antunes"

domingo, 14 de junho de 2009

A Ilha do Faial homenageia os seus Mortos na guerra do Ultramar

do nosso companheiro Raul Soares, recebemos a seguinte mensagem: .

"Boa tarde.

Acabei de receber o e-mail que reenvio.

O cavalheiro que leva o ramo de flores a prestar homenagem aos mortos na guerra do Ultramar, é um elemento que pertenceu á Cart. 1743 - Raul Goulart.

Um abraço e bom fim de semana

Raul Soares"

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nota - convém lembrar que se trata de uma homenagem prestada pelos habitantes da simpática Ilha do Faial, aos ex-Combatentes, mortos no Ultramar e na qual, como diz o Soares, esteve presente o nosso companheiro Raul Goulart.

sábado, 13 de junho de 2009

Véspera de Santo António - pelo Pica

Não poderia deixar de assinalar o dia 13 de Junho, Dia de Santo António, Feriado Municipal em Lisboa, onde em honra do santo se desenvolvem festas com tradição que de entre diversos eventos destacam-se as festas dos Bairros e as Marchas populares. Antes, na noite do dia 12, os bairros populares da cidade, montam arraiais que são decorados, engalanados, enfeitados com balões e arcos decorativos, onde a sardinha assada, o caldo verde, o pão com chouriço e o vinho procuram dar “cor” às comemorações com o bailarico a entrar pela noite dentro. Também ainda não se perdeu a tradição, dos rapazes oferecerem há raparigas, um vazo de manjericos ostentando quadras brejeiras e amorosas.
Oh meu rico Stº António Tu que foste milagreiro Vê lá se arranjas uma namorada Que tenha muito dinheiro
Tenho pena que o Bairro onde nasci, Benfica, este ano não desfile na Av. da Liberdade, como o vem fazendo desde 1932, onde em variados anos foi sua Madrinha a saudosa Beatriz Costa. Não questiono as razões, mas creio que se prendem com a inclusão de novos “bairros”, sem raízes históricas, visando responder a aspectos de carácter económico sem sustentação popular. Olha a marcha de Benfica Qual saloia cantadeira Que entra na festa contente Ai, ninguém fica sem cantar a vida inteira Ouvindo a marcha da nossa gente. ------------------------------------------------------- Meus amigos: O Pica, com esta sua recordação, que eu roubei do seu blog, trouxe-me à memória os meus tempos de miúdo e de jovem. No bairro onde eu vivia, vivia também o Sr. Américo Gomes, um "engenheiro popular", que mantinha uma enorme cascata mecânica onde não faltavam os santos populares e já naquele tempo São João tinha um trono maior e mais enfeitado que os outros dois santos... As casinhas coloridas feitas de cartão, os pequenos rios com os seus barquinhos, as lavadeiras e os vários moinhos de água a funcionar, as linhas de comboio e de eléctrico com os veículos em movimento, os montes e vales com toda a sorte de pequenos animais e seus pastores, as leiteiras, as peixeiras, os aguadeiros, os carros de bombeiros e da policia, tudo tudo em ponto pequeno. A cascata era forrada por musgo e pequenas pedras e todo o sistema era movido por pequenos motoresinhos, pequenas bombas de água, tudo engenhado por ele. A água movia tudo aquilo. E ao mesmo tempo mantinha uma boa aparelhagem sonora, para a época, e que levava a malta a dar ao pé com as cachopas da nossa idade, no meio da rua da Azenha, assim se chamava... Já lá vão cerca de 50 anos. Os festejos começavam na véspera de Santo António e só acabavam no domingo a seguir ao dia de São Pedro, sendo que a véspera e o dia de São João, Feriado Municipal do Porto desde 1911, eram o prato forte da festa, com largada de balões de ar quente. Todas as noites havia bailarico. Era uma alegria. Boa recordação esta.

Na noite de S. João,

Hei-de comprar um apito,

Vou rebentar um balão,

E cheirar um manjerico.

São João era bom santo

Se não fosse tão velhaco

Levou três moças à fonte

No regresso trouxe quatro

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Recordar é viver...também eu me lembro de andarmos um grupo de putos, com um pires na mão, ao meio das Escadinhas do Duque, junto a um Santo de Barro, que um deles tinha desviado do quarto da avó, pedindo a quem passava..."um tostãozinho pr'ó Santo António". Informação importante de última hora:

Todas as redes de TV nacionais e internacionais interromperam as emissões normais para comunicar, que o "BIFE" ficou em 3º lugar no Concurso de Marchas Populares 2009...Bairro Alto aos seus amores tão delicados...

Adivinhem lá porque durante décadas o BA era chamado do "BIFE" !! Zé Justo

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Pintão - mais um encontrado pelo Pica.

SABIAM QUE OS MORTEIROS TAMBÉM TINHAM GENTE DAS TMS

De quando em quando releio os textos publicados no nosso blog. Uma segunda ou terceira leitura aviva-me e refresca-me a memória. Acontece que numa dessas (re) leituras dou com versos referindo formas de estar, -segundo a visão do anónimo autor - do pessoal das transmissões, quando, em determinado tempo da prosa, leio o nome de Pintão.

…Costa II ao telefone/O Flores dá opinião/Aprova-se quem trabalha/O nosso amigo Pintão…

Pintão? Quem é este camarada? Alcunha de quem muito “pintava”? Voltas e mais voltas e nada que pudesse recordar. Conversando com os meus botões, murmuro… estás a ficar velho Pica.

Bom, como “de la Palice”, se era das transmissões, alguém se deve lembrar deste amigo. Vai de “vunva”, telefono ao Amador (este ex-telegrafista sabe o nome completo de todos os elementos das tms) e faço-lhe a pergunta:

…. Oh Amador, sabes quem era o Pintão? Recorda-me o Pintão!

Retorquindo:

…Oh Pica essa é imperdoável… O Pintão é um homem das tms (rádio-telefonista) que pertencia ao pelotão dos morteiros…usava óculos, lembras-te?

Calado, algo envergonhado, escuto o Amador até que nesta cabeça se começa a fazer luz. …Pois é Amador, dizes bem, ele era alentejano, natural de Alter do Chão!

Sabes o nome dele Amador?

Claro que sei, respondeu, … Chama-se João Manuel Pintão Antunes, até tenho algumas fotografias com ele que te vou mandar!

Mais entusiasmado e esperançado em encontrar este camarada que não o vemos há “manga de tempo”, procuro na NET por apelido de Pintão, na zona de Alter do Chão e, não é que aparecem, nada mais, nada menos de que 5 ou 6 apelidos com este nome.

Pego no telefone e ligo ao primeiro Pintão que aparece na lista.

Bom dia minha senhora, eu procuro um senhor que tem o mesmo apelido da senhora, de nome próprio João, deve ter à volta de 63 anos, esteve na Guiné, por acaso sabe quem é?

Sei sim senhor, é um dos meus primos, vive em Coimbra, tem um irmão que é médico na cidade de Elvas!

Mas porque quer saber?

Lá contei a história habitual …que não nos vemos há muito tempo… gostávamos de o abraçar… etc.

Muito bem, diz esta familiar do Pintão, até tenho o número de telefone dele, tome nota. A chamada seguinte foi de confirmação para Coimbra:

Bom dia minha senhora, o seu marido chama-se João Manuel Pintão e esteve na Guiné?

Sim, quem fala?

Olhe, sou um amigo dele que com ele esteve também

na Guiné e se pudesse gostaria muito de falar com ele!

És o Pintão? …Sou!

Estiveste na Guiné? …Estive!

Estiveste em Tite? …Sim!

Lembras-te de mim? Sou o Pica Sinos

…. Olha o Pica Sinos …é pá há tantos anos!

Mandei-lhe uma carta com alguns números de telefones e as fotografias que o Amador dispensou. Disse-lhe o endereço electrónico do n/Bog.

Vamos aguardar por mais notícias.

Até lá Pintão aquele abraço do pessoal!

Pica Sinos

domingo, 7 de junho de 2009

Histórias à volta do nosso almoço em Ovar.

UMA HISTÓRIA QUE FICOU POR CONTAR

Talvez não saibam, logo após “descobertos”, 4 décadas passadas, os telefonemas e as falas aqui ali embargadas, sobretudo na casa do Mestre, não deixaram de parar tal as saudades (chorosamente) manifestadas.

Estou a relembrar 3 grandes camaradas que vivem no Baixo Alentejo. Em Monte Fialho - o Mestre, em Moura - o Ramos, e o Pedro - em Montes Altos, no concelho de Mértola, como se sabe protegido num lar para idosos.

Com as presenças do Guedes, do Mestre, do Ramos e da minha pessoa, num encontro prévio, em Montes Altos, no passado mês de Março, no objectivo de visitar o Pedro, que antes julgávamos ter morrido, ressaiu a possibilidade de todos se deslocarem a Ovar, quando e por ocasião do nosso 20º Almoço Convívio marcado para 23 de Maio de 2009. A partir daqui foi o desassossego, ninguém calava ninguém ao ver surgir da possibilidade de encontrar amigos que há longa data, os “perdidos” não abraçavam.

Uma vez que os nossos amigos, partiriam de pontos diferentes do Alentejo, para um comum (Castro Verde), estava fora de hipótese viajar de noite ou pela madrugada. Tal facto (e isto com os alentejanos tem que ser devagar e com tempo) umas semanas antes do evento foi discutido exaustivamente o melhor trajecto e transporte, chegando-se á conclusão, (três dias antes), que para utilizar o comboio que partiria de Lisboa a tempo de respeitar o horário do encontro marcado para o Jardim dos Campos (ou das Rosas) em Ovar, teria que ser antecipada a partida em um dia, facto que acarretaria despesas com alojamentos e na restauração. Mas a surpresa estava guardada.

Camaradas…avancem, adianta o autor do texto, …embora não tenha casa para os albergar (não era no chão da minha casa que os amigos do peito iam dormir), …não é problema, tenho uma tenda roulotte no Parque de Campismo na Costa da Caparica, com tudo o que é necessário para passar meses de férias, quanto mais para uma noite…Avancem camaradas! Assim aconteceu!

No dia que antecede o 20º Almoço de Confraternização, eram cerca das 12,30, quando nos encontrarmos na Rotunda do Centro Sul, em Almada, arrumamos o carro do Ramos na frente da minha porta, em Corroios, visitam a minha mulher e a minha neta Inês, partindo de seguida, agora, todos conduzidos por mim, para o almoço num dos mais afamados restaurantes de Almada – o Horácio -.

Bem almoçados e melhor regados, fomos largar a bagagem na “casa de férias” com vistas para Oceano Atlântico, para logo depois rumarmos á estação do caminho de ferro Oriente, onde adquirimos os bilhetes para a viagem do dia seguinte. Já no Centro Comercial Vasco da Gama, o Pedro manifestou alguma dificuldade nas escadas rolantes, na primeira que pisou, não fora o Mestre segurá-lo, a descida tornava-se mais rápida. Nas subidas o desequilíbrio era menor, também já éramos 2 a “montar segurança”. Fiquem sem saber dos “acidentes” que se passaram com Mestre e com Pedro e um outro utente nas casas de banho deste Centro Comercial.

Depois das compras feitas, com vistas a servir umas patuscadas previstas para as viagens na ida para Ovar e na vinda, apreciamos, na Cova do Vapor, sitio outrora de pescadores, a foz do rio Tejo. Passeamos no recente passadiço, junto ao mar, da Costa da Caparica. O silêncio dos meus convidados foi bem patente face à oportunidade em admirarem a beleza e a grandeza deste mar que se esgota com o olhar e no horizonte.

No regresso à vila do Pragal, (terra onde Fernão Mendes Pinto foi desterrado por castigo das mentiras que se pensa ter infligindo ao reino, quando da sua viagem à China), o restaurante – Geraldos – foi o local escolhido para jantar, seguindo-se após o repasto, já na “casa de férias”, a preparação e os cortes de jeito afatiado: do queijo, do presunto, do paio e do pão, que o Mestre fez transportar e na manhã seguinte, na viagem para Ovar, serviu no bar do comboio, acompanhados por “tintos” de região demarcada, estes ofertados pelo Ramos. Diga-se que foram muito admirados, por muitos dos “guerreiros” tendo em conta as suas elevadas qualidades. (os menus e os tintos)

23 de Maio de 2009, a expectativa de abraçar muitos dos camaradas é muito grande. O Carlos Azevedo e eu vamos buscar os “perdidos” ao portão do parque de campismo, são 6 horas da manhã, rumamos à estação do Oriente porque outros nos esperam. Como foi bonito abraçar e ver abraçar homens que as vicissitudes do tempo não permitiram durante 40 anos.

Pica Sinos