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“Se servistes a Pátria que vos foi ingrata, vós fizestes o que devíeis e ela, o que costuma”


(Do Padre António Vieira, no "Sermão da Terceira Quarta-Feira da Quaresma", na Capela Real, ano 1669. Lembrado pelo ex-furriel milº Patoleia Mendes, dirigido-se aos ex-combatentes da guerra do Ultramar.).

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"Ó gentes do meu Batalhão, agora é que eu percebi, esta amizade que sinto, foi de vós que a recebi…"

(José Justo)

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“Ninguém desce vivo duma cruz!...”

"Amigo é aquele que na guerra, nos defende duma bala com o seu próprio corpo"

António Lobo Antunes, escritor e ex-combatente

referindo-se aos ex-combatentes da guerra do Ultramar

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Eles,
Fizeram guerra sem saber a quem, morreram nela sem saber por quê..., então, por prémio ao menos se lhes dê, justa memória a projectar no além...

Jaime Umbelino, 2002 – in Monumento aos Heróis da Guerra do Ultramar, em Torres Vedras
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“Aos Combatentes que no Entroncamento da vida, encontraram os Caminhos da Pátria”

Frase inscrita no Monumento aos Heróis da Guerra do Ultramar, no Entroncamento.

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Sem fanfarra e sem lenços a acenar, soa a sirene do navio para o regresso à Metrópole. Os que partem não são os mesmos homens de outrora, a guerra tornou-os diferentes…

Pica Sinos, no 30º almoço anual, no Entroncamento, em 2019
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"Tite é uma memória em ruínas, que se vai extinguindo á medida que cada um de nós partir para “outra comissão” e quando isso nos acontecer a todos, seremos, nós e Tite, uma memória que apenas existirá, na melhor das hipóteses, nas páginas da história."

Francisco Silva e Floriano Rodrigues - CCAÇ 2314


Não voltaram todos… com lágrimas que não se veem, com choro que não se ouve… Aqui estamos, em sentido e silenciosos, com Eles, prestando-Lhes a nossa Homenagem.

Ponte de Lima, Monumento aos Heróis da Guerra do Ultramar


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sábado, 31 de janeiro de 2009

O REENCONTRO EM GUILEDJE

Julgo que Guiledje (no sul da Guiné-Bissau) foi o “alcácer kibir” da guerra colonial portuguesa (1961-1974), como prova prática da eminência de a derrota militar dos portugueses estar à vista (na Guiné e, por efeito dominó, nas restantes colónias). E essa evidência terá contribuído decisivamente para que os oficiais de carreira, os de média e baixa patente, face ao autismo suicida do poder da ditadura, nos tenham mudado o regime. Neste sentido, de forma simbólica, poder-se-á dizer que foi o drama de Guiledje (onde, em guarnições sucessivas, centenas de militares portugueses serviram de mártires forçados à teimosia colonial em que Salazar cismou e Caetano prolongou, enquanto outras centenas de jovens guineenses, no “outro lado”, deram vidas e muitos esforços para concretizarem o sonho de Amílcar Cabral) que devolveu a democracia e a liberdade aos portugueses e acelerou o acesso à independência de vários estados africanos.

Entre 1 e 7 de Março, numa iniciativa guineense, vai realizar-se uma espécie de “reencontro” entre antigos militares portugueses e guineenses que vão regressar a Guiledje numa reconciliação, sem armas e com muito afecto, recordando e partilhando dores escondidas que acumularam nas memórias por aqueles que estiveram nos dois lados daquela barricada absurda que dividia o que sempre devia estar unido. Nota: O “Correio da Manhã” de hoje dedica um apontamento a esta iniciativa. Inclui um excerto deste meu post (datado de Abril de 2004) que dediquei à experiência das minhas passagens por Guiledje quando esta praça militar ainda era um ponto de presença, sujeito a permanente flagelação pelo PAIGC, da soberania colonial portuguesa com as unhas agarradas ao chão guineense. Imagem: Guineenses independentistas manifestam-se exigindo a extinção da polícia política portuguesa (PIDE/DGS) que prendeu, torturou e assassinou milhares de africanos desejosos de se libertarem do colonialismo. A PIDE/DGS era a face “mais suja” da opressão e repressão colonial. Era a ela que os militares portugueses entregavam os prisioneiros feitos em combate para o “tratamento adequado” a aplicar aos lutadores pela independência dos seus povos. In Blog de João Tunes

Zé Justo

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Guiné Bissau...instantâneos fotos Pedro Gonçalves Zé Justo
Descobri por mero acaso estas pérolas, de antanho !! Trata-se de publicações sobre as excolónias Portuguesas, anos 40/50. in "Coisas de outros tempos" Zé Justo

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Ele esteve em Tite... pelo Pica Sinos

Amigos Trago-vos à memória este texto do Pica, publicado neste blog há alguns meses, porque nos fala de alguém que, tal como nós, também esteve em Tite. Aqui vai: . http://baurecordacoes.blogspot.com/ AFONSO FARIA Ele esteve em Tite e foi Comandante do Pelotão de Obuses Vale a pena visitar o Blog do qual dou um “cheirinho” Mas há mais, recomendo em especial (parte 1 à parte 7) ………….Para onde vais, perguntavam-me. Tite! Silêncios, sobrolhos carregados, meias palavras, insinuações, sorrisos enigmáticos, observações pertinentes conhecedoras, outras não, observações destituídas de crédito, decidi, para meu saneamento mental!.......... ………Do outro lado do rio, frente a Bissau, Enxudé, cais beira-rio, posto avançado do batalhão de TITE………... ………..Talvez uma semana depois de chegar a Tite, ainda procurava referências, identificações, pessoas, lugares, percebi a diferença de quem chega, o meu caso que quer compreender para agir, e aqueles que já “rodados” agiam mecanicamente porque não precisavam compreender…………. …………Tite era como mais tarde vim a constatar uma zona estratégica avançada de defesa de Bissau. Se Tite “embrulhava” como vulgarmente era dito quando atacada com peças de artilharia e morteiros, Bissau não ficava indiferente…. …………………..Havia uma capela católica, apostólica romana, onde o capelão se esforçava por não perder os hábitos de celebração e pregava a palavra do Senhor aos militares e também à população……………… ………………………..Também havia um espaço de culto muçulmano. No princípio, um estranho “linguajar” ouvia-se do alto da torre improvisada, às horas de culto…………………………….. ………………………Lembro-me venderem toda a produção para pouco tempo depois comprarem muito mais caro para sua subsistência. Lembro-me ter visto vender açúcar, não aos gramas mas às colheres de sopa rasa, 1 peso, o equivalente a 1 escudo. Exploração? Não, observação tendenciosa da minha parte certamente!............ Pica Sinos

Obama... por José Saramago!

Chegou-nos às mãos através do Cavaleiro, este texto que vale a pena ler. De onde saiu este homem? José Saramago Donde saiu este homem? Não peço que me digam onde nasceu, quem foram os seus pais, que estudos fez, que projeto de vida desenhou para si e para a sua família. Tudo isso mais ou menos o sabemos, tenho aí a sua autobiografia, livro sério e sincero, além de inteligentemente escrito. Quando pergunto donde saiu Barack Obama estou a manifestar a minha perplexidade por este tempo que vivemos, cínico, desesperançado, sombrio, terrível em mil dos seus aspectos, ter gerado uma pessoa (é um homem, podia ser uma mulher) que levanta a voz para falar de valores, de responsabilidade pessoal e coletiva, de respeito pelo trabalho, também pela memória daqueles que nos antecederam na vida. Estes conceitos que alguma vez foram o cimento da melhor convivência humana sofreram por muito tempo o desprezo dos poderosos, esses mesmos que, a partir de hoje (tenham-no por certo), vão vestir à pressa o novo figurino e clamar em todos os tons - "Eu também, eu também". Barack Obama, no seu discurso, deu-nos razões (as razões) para que não nos deixemos enganar. O mundo pode ser melhor do que isto a que parecemos ter sido condenados. No fundo, o que Obama nos veio dizer é que outro mundo é possível. Muitos de nós já o vínhamos dizendo há muito. Talvez a ocasião seja boa para que tentemos pôr-nos de acordo sobre o modo e a maneira. Para começar. José Saramago ------ NOTA - Oxalá que as esperanças que o mundo tem neste homem (num só homem...) se concretizem. Porque como todos nós sabemos, a grandeza dum homem, politicamente falando, está no facto de quando tem o poder, ele consiga resistir à tentação de ser um ditador. .
Que as mãos que ele procura estendidas de encontro à suas, para a sã convivencia, se estendam para ele com sinceridade, com transparencia, sem cinismo, sem hipocrisias. Sejam eles da direita ou da esquerda, islamicos ou judeus, negros, amarelos ou brancos, ditadores ou democratas ou assim assim... Com boa vontade! Se assim for, talvez ele consiga... Leandro Guedes

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

O Costa regressou da Tailandia...

Amigos!!! Já cheguei!!!! O que era bom acabou. Como diz o ditado: NÃO HÁ BEM QUE SEMPRE DURE NEM MAL QUE NUNCA ACABE!!! Ainda estou a procurar o meu biorrítimo, porque cheguei hoje de manhã depois de quase 13 horas lá em cima, mais duas Phuket a Bangkok e mais quase duas de Madrid - Porto. É muito avião... Mas não vão esperar muito pelas minhas "notícias" Abraço-vos Costa

domingo, 25 de janeiro de 2009

Sou o blog do Bart1914 - Guiné/Bissau 1967/1969

trabalho gráfico do Zé Justo
texto do Pica Sinos com inserções do Guedes (alinea d)

SOU O BLOG DO BART1914/GUINÉ-BISSAU 1967/69 ESTOU DE PARABENS, FIZ UM ANO AQUELE ABRAÇO A TODOS QUE ME VISITARAM E ME AJUDARAM A CRESCER Não seria justo começar o balanço de um ano, da minha “actividade”, sem referir a razão da minha existência e o culpado pela mesma. Verificar que, até ao momento, mais de 19 mil visitantes me deram honras na dispensa do seu tempo. É para mim muito gratificante! Assim: a) De primeiro, quero denunciar o culpado (e os culpados) da ideia – Blog Bart1914 – que se não me engano resultou de uma conversa entre o ex. Furriel Leandro Guedes e o o seu prof. de Informatica Sr. Carlos Silva, tendo em conta a necessidade sentida p’lo ex-furriel, na “divulgação num grande ecran” a exibição das fotos que se apresentavam, uns aos outros, e os momentos vividos nos almoços de confraternização do Bart 1914; b) Dizer que, a remexer os escritos do Leandro Guedes (meu “pai”), estou em condições de afirmar que lhe fervilhava os neurónios para ir mais além. A dificuldade estava em como transmitir aos ausentes desses almoços, tão ricas recordações e, ao mesmo tempo fazendo-os participar e partilhar nessa mesma riqueza o conteúdo dos “baús caseiros” que há largos anos religiosamente os guardam; c) Não tenho dúvidas, foi a informática que motivou o meu “pai”. Segundo me disse mais tarde: …de primeiro …fugia da ideia a sete pés… até ao dia que foi apanhado. O seu professor adepto de blogs foi o responsável por lhe “meter o bichinho” destas coisas. Fez-se-lhe luz! Ao ver a possibilidade da sua ideia ser materializada/concretizada para …mostrar a nossa vida no mato da Guiné….disse;(também contribui para isto um seu amigo que o informou que o seu Batalhão estaria a fazer o mesmo.)

d) Mas existem também mais dois culpados - o Pica Sinos e o José Justo. Sem eles eu teria quase morrido à nascença. Têm sido colaboradores qualificados, permanentes e atentos de tudo o que possa servir o meu ideal. O Pica Sinos tem sido incansavel na procura de amigos perdidos por esse Pais fora e vai encontrando um aqui, outro ali. Além disso delicia-nos com as suas escritas, facto que é reconhecido por toda a gente. O Justo, homem das gráficas, tem-nos encantado com as suas artes e os seus comentários. Para ambos aquele abraço. e) Quero vivamente agradecer a todos que me ajudaram a crescer e a vestirem-me, quer via fotográfica, quer por via da escrituração, pois sem essa ajuda, decerto não existiria da forma como hoje me apresento, com cor, brilho e rico em conteúdo, razões de registo em livro próprio; f) Cor, brilho e conteúdo que resultam do contributo, da participação, da memória partilhada por muitos e expressa, por vezes, de diferentes formas. Memória, uma ou outra vez, incompreendida, ou, eventualmente, a magoar os que por essa via tiveram que recordar nesses artigos e fotos difíceis momentos da vida e da guerra em Tite; g) Por último quero apelar a mais participação na minha morada electrónica e na minha divulgação. Estou disponível para ir mais além na continuação – com todos – do dever de relembrar todos os momentos, inclusive aqueles que deram a sua própria vida numa guerra que o tempo catalogou de desnecessária, estúpida e sem razão. 25 de Janeiro de 2009 O Blog Bart 1914 -----------------

transcrevo a seguir, o pequeno texto do inicio deste blog:

Sexta-feira, 25 de Janeiro de 2008 Olá Amigos Boa tarde a todos.

Não podendo passar ao lado das novas tecnologias e, embora já no Outono da nossa vida, vamos criar este blog...Falar uns com os outros, inserir fotos daqueles tempos ou actuais, fazer comentários, cortar na casaca uns dos outros, vale tudo, ou quase... Bons e maus momentos, saudades dos que connosco partiram para lá e que não chegaram a regressarO nome deste blog nasceu da nossa condição de veteranos da guerra colonial, do ultramar ou de Africa, como lhe queiram chamar e do local onde estivemos aquartelados - TITE, na Guiné Bissau..Podem aceder também filhos, netos, até bisnetos, outros familiares e amigos.É mesmo um glob global.Um abraço para todos.

Leandro Guedes

Novo site sobre a Guerra Colonial

foto do site Guerra Colonial
Através do Raul Soares, chegou-nos o endereço dum novo site sobre a Guerra Colonial. É um site muito bem feito pela RTP 1 com ajudas valiosas e que vale a pena ler. Passará a estar inscrito no nosso blog, na rubrica blogs simpácticos e também na rubrica sites interessantes. http://www.guerracolonial.org/index.php?content=742 Abraços

O Carlos Reguila foi encontrado pelo Pica Sinos.

Guedes Hoje telefonou um "moço" muito comovido a cumprimentar-me e a dizer que nunca recebeu qualquer convite para os almoços de confraternização que dá pelo nome do "Reguila". Este homem segundo me disse trabalhou na messe dos sargentos, mora em frente ao Correia das Transmissões em Mem Martins. Assim como o Correia vai escrever e mandar fotos. Antes na casa do filho vai ver o nosso blog, ao que parece o filho já lhe transmitiu que tem muito para ver e ler! Concerteza que te lembras deste nosso Companheiro, pois ele manda-te um abraço e já me disse que vai a Ovar abraçar a malta que há 40 anos não vê!!! Pica Sinos
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Olá Pica Boa noticia para o dia do primeiro aniversário. Concerteza que me lembro do Carlos Reguila, tenho procurado por ele desde há vinte anos, quando começaram os almoços. Não me esqueço que me fez um grande favor quando veio de férias à Metrópole. Ainda há dias escrevi uma carta para a Rondulha, em Coimbra, à sua procura, porque no ultimo almoço me disseram que ele estaria por lá a trabalhar com uma oficina de serralharia. Mas até agora não obtive resposta. Agora chega esta tua boa nova. Se verificares no blog, ontem publiquei uma foto dele e outra do Marinho, apelando ao reaparecimento de ambos. Boa noticia amigo. Já ganhaste o dia... Um abraço para ele e outro para ti, que bem mereces nesta incansavel luta de procurares os que por qualquer motivo, ainda não apareceram. Leandro Guedes

sábado, 24 de janeiro de 2009

à procura do Marinho e do Carlos

o cabo Marinho, dos reabastecimentos
O Carlos, salvo erro da CCS
Por onde andarão estes dois Companheiros? O Marinho, dos reabastecimentos em Tite, trabalhava em Lisboa, na antiga COmpanhia de Gás e Electricidade. O Carlos disseram-me que morava para os lados de Coimbra, na Adémia, onde teria uma oficina de serralharia. Já tentei por várias vezes, por telefone e por carta e não encontro nem um nem outro. Pode ser que seja desta vez...
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E esta... ???!!!

NÃO SÓ NA GUINÉ EXISTE O PTHIRUS PURIS AQUI TAMBÉM OS HÁ SÓ QUE A TERAPÊUTICA NÃO PODE SER DILUENTE Recordar-se-ão os antigos camaradas d’armas, neste nosso convívio cibernético que, vai trazendo à tona da nossa memória as grandezas e misérias dos períodos em que vivemos e permanecemos, naquela terra distante que, para além dos horrores da guerra, tudo era diferente: o ecossistema, as culturas, as práticas, os hábitos e os costumes, comparativamente à forma de vida a que estávamos habituados. Nunca é demais referir que este são convívio, esta confraternização, tem vindo a permitir o relembrar de factos, subterrados no limbo da nossa mente, teimando em saltar para fora do abismo em que se encontram, mediantes estímulos dos dias de hoje. Recorda-me o Mestre, de Mértola, um episódio que permitiu rir a bom rir e, decerto hoje, muitos de vós não deixarão de o fazer ao relembrar. Antes, vamos saber algo da infame personagem que esteve na origem da “desgraça” numa bonita manhã em Tite. O Pthirus púbis, mais conhecido por “chato”, tem por preferência a região pubiana, se bem que pode, numa fase familiar mais ” adiantada “, ser encontrado nas coxas, no tórax, axilas, na barba e até no couro cabeludo, alojando-se na base dos pêlos, onde deposita os seus ovos. Todos sabíamos que não era difícil a possibilidade de transportar no corpo tais parasitas, tendo em conta o propício clima, aliado ao deficiente tratamento da roupa que se mandava lavar (não era utilizada agua quente, detergente só sabão), a higiene de quem a lavava também não caprichava, os lençóis das camas e as fronhas só uma vez por semana eram mudados, as mantas raramente limpas, uma ou outra “brincadeira” na tabanca, enfim….a coceira não era, nem podia, em alguns, ser disfarçada . Lá para os lados da oficina, um dos camaradas dirigiu-se ao Mestre, preocupado com o desassossego no corpo, dizendo-lhe que tais parasitas até nos braços já o incomodava e, se ele tinha conhecimento de como poderia acabar com tão vis animais. Irreverente, 21 anos de idade, o Mestre, aconselha o camarada a esfregar o corpo com um pano embebido em diluente (que abundava na oficina), jurando que era o método mais eficaz e o mais rápido para o extermínio de tão incómoda bicharada (vi alguns, mais pró fino, fazerem-no com perfume ou agua de colónia). Vai daí, o nosso camarada não se fez rogado, e despeja pelo corpo nu, uma boa quantidade de diluente que rapidamente o pôs aos saltos. Qual Justin Gatling (antigo recordista mundial dos 100 metros rasos), nem com a carga de doping que este habitualmente costuma transportar para aldrabar as competições, conseguiria bater em velocidade, o nosso amigo nas 3 voltas que deu no quartel, presenciadas por uma “assistência” ávida por saber do que se passava. Ora, foi remédio “santo” e, tendo em conta o exemplo, recomenda-se vivamente nos dias de hoje que, os “chatos” ou candidatos a tal, façam exactamente o mesmo e se deixem de lérias. Uma vez a vivermos numa sociedade democrática, recomenda-se a lavagem mas com a dispensa de tal dissolvente, sejamos mais tolerantes, estou em querer que a coceira desaparecerá. Pica Sinos

Missa Etnica pela Paz - Concerto

Se querem passar um momento agradável, não percam... CONCERTO DE ANO NOVO (não se assustem, não é uma Missa...) Camerata Vocal de Torres Vedras Missa Étnica pela Paz – Coro misto e Percussão de Lorenz Maierhofer 1ª Parte Grupo Coral Oriyur Igreja S. João de Brito, ao cimo da Av. da Igreja em Alavalade, Lisboa  21.30h  31 Janeiro 2009  Entrada Gratuita APOIOS: Banda dos Bombeiros Voluntários de Torres Vedras PAZ  평화

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Arrabaça

Amigos Ontem fui a Tomar ver o Arrabaça. Está a recuperar e sente-se bem. Manda um abraço e agradece reconhecido a todos os que se lembraram de lhe telefonar ou mandar mensagens. As tuas melhoras, Arrabaça. ------------- ULTIMA HORA - Soube há pouco que o Arrabaça já está em casa, à frente da lareira. As melhoras, amigo!

Falando do António da Costa Mestre, de Mértola... pelo Pica Sinos

O MESTRE QUER ABRAÇAR TODOS EM OVAR OU EM SUA CASA QUEM O DESEJAR Não creio que fosse meu propósito ouvir uma gravação, guardada num dos cantos da gaveta, onde vários camaradas das transmissões cantam e “dissertam”, num ambiente de festa e de confraternização, em Tite, no ano de 1967. Com a existência do Blog do Bart 1914, a pedido de “várias famílias”, essa gravação foi “desenterrada” ficando disponível vários meses no nosso blog, “pifando” no final do prazo que o “servidor” (sem custos) permitiu, confiante que, para regalo de todos, um dia destes possamos, novamente ouvir brilhante gravação, principalmente aqueles que foram os protagonistas e ainda a desconhecem. Um desses protagonistas foi o António Mestre, este homem, que Mértola o viu nascer à 63 anos….e à 40 anos cantava assim: Adeus velho B.C.5 Que em breve te vou deixar Adeus velho B.C.5 Que em breve te vou deixar Vou deixar-te B.C.5 Vou partir para o ultramar. Vou deixar-te B.C.5 Vou partir para o ultramar. Quando ao telefone conversamos, não haviam respostas, só perguntas por muitos camaradas que a sua mente brilhantemente guarda. A sua voz estava embargada. “Sentia” que os seus olhos choravam de felicidade. Este homem que quando jovem lavrou terra com mulas e tinha as mãos calejadas pela foice. Foi imigrante na Alemanha até 1982, trabalhando actualmente por conta própria no transporte de produtos de, e para a terra. Tem uma filha e um neto, o João com 5 anos. Referiu ainda a morte há 37 meses de uma menina, sua neta com 10 anos, sofria de paralisia cerebral profunda devido ao parto mal conseguido. Continuando disse que …ainda não “esqueci” a roupa que emprestei ao Esmoriz quando da chegada a Lisboa. Era suposto que a família do camarada o fosse esperar. Não aconteceu, tive, como outros, que dispensar alguma roupa para que não fosse “descomposto” até casa…. (risos) O Mestre, este homem que foi rádio/telefonista, promete que quer abraçar todos os que possa encontrar em Ovar, ou em sua casa sempre quem o desejar. Pica Sinos

Mais uma do Hipólito...

Leiam "p . . a . . u . . t . . a", p.f. Guedes: Sugeriria, à guisa de alvitre, que o comentário ao presente arrazoado (de português amacarronado) fosse desta jaez (e deixa lá o pente que o cabelo já é ralo):Olha, mais uma "tirada do c . . com um gancho" por aquele juvininho do SPM. Dele, que até parecia um sonso !? . . . Nota: "c . ." também se pode ler, em cripto, "ânus, recto, tu-tu, coisinha fôfa", conforme o "ângulo de inclinação" de cada um . . . Um bocado (é favor) para o atrevidote e ordinarote, não? Puseram-se a jeito . . . que se há-de fazer . . . Bom, pensarão V. Exªs, não te estiques que ainda cais do escadote. A do erro filho da pauta: Tite do n/sofrimento e, agora, nostalgia, nos idos anos de 1968. . Sornava este garboso militar na caserna (aliás, diga-se, merecidamente), muito já para além da hora do despertar, quando, de rompante, aparece o sargento de dia à "cata" dos prevaricadores. Com papel e lápis em riste, dá-me um abanão, vociferando (como que se se masturbasse):- O seu número, já, óh militar . . . Meio ensonado, um olho meio aberto, outro fechado, lá resmunguei a custo: - Cento e cem . . . (no ronco, claro) - Cento e quê ? . . . - Cento e cem, mê sarzento (voltando-me para o lado que melhor dormia e pensando com os meus botões: "Vai dar banho ao cão do Guedes . . . mete o papel e o lápis pelo hemorroidal acima . . ." - Ora bem, rosna ele ufano do dever cumprido, enquanto apontava o número que terá percebido. Como não tinha sortinha nenhuma, no dia seguinte, aparece-me, furioso e abespinhado, o soldado n.º 106: - Atão (influências do Mestre que, neste preciso momento, me ligou), tu é que foste apanhado a dormir e eu é que levo com um reforço à benfica?! . . . O "avis rara" (o sargento, dos autênticos ou de qualidade certificada, como, ora, soe dizer-se e por quem os dotes da mãe Natureza passaram e andaram sempre) teria apontado, para memória futura e posterior castigo, a sair em pauta/escala, o n.º 106, uma vez que, pensou ele (e muito bem), cento e cem não deveria existir . . . Ele há cada erro filho da pauta . . . e cada artista . . . Volvidos que foram 40 anos, a vítima (o 106), no almoço em Salir do Porto, fez questão de se cobrar desse qui-pro-quo, de que, lamentando embora o equinócio ocorrido, não tive culpa nenhuma, ora não?! . . .E para que conste o meu número foi sempre o 120 . . . Ora vamos lá tomar nota . . . Saudinha. Hipólito

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Cavaleiro abriu o seu baú...

Pica, O tal dia parece ter chegado! Mas…….nada de deitar foguetes! Julgo ter mais algumas coisitas no “baú”!! Vê lá se as fotos anexas te dizem alguma coisa. Há pelo menos duas pessoas que mereceriam ser recordadas, o Rato e o Heitor. Para eles esta é a minha mais singela e saudosa homenagem. Personalidades diferentes. Com o primeiro tive o prazer de conviver e viver discretamente os últimos dias antes do embarque, como se fossem as últimas horas das nossas vidas. Éramos dois provincianos. Eu de Viana o Rato de Viseu. Em Tite era um dos meus companheiros preferenciais nos desabafos dos bons e dos maus momentos; gostava da sua postura como homem e colega. Dava gosto falar com ele. A sua morte por tão trágica e cruel abalou-me muito. O Heitor. Com o Heitor foi diferente. Apenas o conheci no Uige. Passei em Tite belíssimos momentos de sã e pura camaradagem. Éramos com toda a certeza os mais “medrosos” lá do sítio, razão pela qual……..tínhamos lugares cativos no abrigo, a partir das 6/7 horas da tarde (nem jantávamos!!!). E aí…….só quem esteve presente (não éramos só nós, pois havia mais “cagados”), teve a oportunidade de apreciar o Heitor e o seu fino requinte como contador das histórias da sua vida civil e outras, já como militar durante o período da constituição do Batalhão, período esse em que não tive a oportunidade de o conhecer. Não cansava ouvi-lo durante horas seguidas. Tinha piada, era culto, amigo e muito humano. Foi mais do que PAI daquela gente das tabancas! É verdade que ficou “apanhado” mais cedo do que seria normal, mas nunca perdeu o seu saber estar e a sua disponibilidade para ajudar. E quem não ficou “apanhado”?!!! O Rato e o Heitor recordo-os muitas vezes. Deixaram-me muitas saudades. Entendes agora a razão pela qual não gosto de mexer nesta coisa?!!! Sou um sentimentalão! Nas fotos anexas está muita malta que nunca mais vi, outros que deixaram de comparecer ao nosso almoço anual. O furriel Gomes (era colega de transmissões, de uma companhia operacional que passou por lá). O Duarte, julgo que era cabo cripto/transmissões, era do Porto. Julgo que também pertencia a uma companhia operacional. Os sargentos Patinho, Araújo, Bico, Ramos, o furriel Luis, etc.. Sobre o Alferes Carvalho já tu escreveste qualquer coisa. “Prontos”!! Já cumpri parte da minha obrigação! Bjs e abraços, Cavaleiro

O Hipólito já mexe... passa tudo a pente fino!

Guedes: Excelentíssima e reverendíssima ideia!Topa-se logo que tens raízes no "Porto ... carago", como diz o Justo.Servirá, além do mais, para espicaçar os absentistas no sentido de fornecerem material para o blog. Justo: Manga de literatura interessante. Só que para alguma até já vejo mal! É o PDI. Até as "oftálmicas" falham . . . Terminei há algum tempo a licenciatura em "gestão dos tempos livres". E para põr em execução os conhecimentos adquiridos, li o Blog do Bart. desde o início. E não é que ao ler a poesia do Costa (fui dar com o cabo SPM debaixo da cama, aquando do primeiro ataque do IN ao aquartelamento) me senti altamente vexado na minha imagem de guerreiro de elite e a quem até a G3 que lhe distribuíram só disparava um tiro de cada vez! Pareceu-me, na altura, que foi o "Sangalhos", a quem emprestei a arma para uma operação, que, na volta, trocou a culatra empenada da G3 dele pela a minha, convencido de que um operacional como eu não precisaria de arma para nada. Não pode ser. Terei que repor a verdade e reparar a minha imagem. Aí vai aço. Qual quê, Costa! Foi assim: A minha cama, na camarata (pois tinha outra no SPM, a mesa de distribuição do correio, que, como ficava por baixo dos depósitos da água, era climatizada e ideal para bater uma sorna nas quentes tardes, a seguir ao almoço) era contígua ao edifício das transmissões. E, já na altura, andava desconfiado (e hoje estou certo) daqueles galfarros. Tanto secretismo, tanto "código", inquietava-me e intrigava-me. Vai daí e para tirar dúvidas, aproveitei o "ataque" e, de bruços, por baixo da cama, fui rastejando e penetrei no "sacrário" daqueles valentões. E que vi? Todos eles, sem excepção, agarradinhos uns aos outros, a implorar ao divino que, se safasssem daquela, iriam a pé a Fátima, sem comer nem beber. Olha que equipa coesa! que gringos! Vamos nós acreditar na poesia do Costa! Esta a verdade. Estou reparado. Um abraço bloguista. (não confundam o g pelo q). Hipólito

Flores

O Pica já o tinha descoberto e agora o Flores envia as suas fotos. Bem vindo, Flores!
"Olá amigo Guedes tudo bem? espero que sim. Eu Manuel Mendes Flores natural de Comenda aldeia do Alto Alentejo, concelho de Gavião distrito de Portalegre, vim para Lisboa em 1965, fui para tropa para o BC8-Elvas, fiz a recruta, segui para Lisboa BC5 onde tirei a especialidade de transmições [radio telefonista] e a seguir Guiné, Tite 1967/69 Junto envio as fotos, o que era há quarenta anos, e o que sou agora, claro mais velho, mais gordo e mais careca. Um abraço amigo e até sempre.[proximo almoço em Ovar] Flores."

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Uma carta do Hipólito para o Pica Sinos...

Pica: Eu bem "pico" . . . Tem ligações à "Camerata de Torres". Músico, q.b.! O mais que consigo, é cara de "mula"! A D. Beatriz foi tão ingénua quanto eu em Tite! . . . Se fosse aqui, talvez o n/major cultivasse o dito cujo na sua horta- Uma salada de "arrebimba-ó-malho" para os que, de quando vez, ali faziam golpes de mão. . Estive com o Pe. Luís. Está a recompor-se de uma fase algo confusa na saúde dele. Tem 75 anos, mas prometeu procurar algumas fotos que não conseguiu encontrar na "tulha do Atílio" que é o escritório dele. Também colaborar no blog. A ver vamos . . . . Disse-me que, se tudo correr pelo melhor, irá a Ovar e que já, em tempos, remeteu fotos ao, então, tenente Ventura Vaz, mas que, posteriormente, lhe escreveu, não tendo obtido resposta. Não se lembra, pensando que não, de ter baptizado alguém na Guiné. Tem uma vaga ideia (como eu) de, na capela, ou próximo dela, ter caído metralha do IN. . Ficou perplexo, pois não fazia ideia dos "gandulos" e "galfarros" que compunham o seu "rebanho", mormente lá para os lados das transmissões "! Eu bem o avisava "como é que se pode ser padre numa freguesia destas"? E o mais que se irá desenrolando . . . . Um abração. Força, isto está a aquecer. Hipólito

domingo, 18 de janeiro de 2009

A Equipa e o Equipamento dos Telegrafistas, em Tite...

FOSSE EM QUE CONDIÇÕES FOSSE ELES ACTUAVAM DE PRONTO Como todos os rádios/telegrafistas sabem, Samuel Morse foi o inventor do código (Morse), morrendo em 1872 com 81 anos de idade. …Este sistema (Morse) representa letras, números e sinais de pontuação apenas com uma sequência de pontos, traços e espaços... - ….e as msn(s) podem ser transmitidas de várias maneiras em pulsos (ou tons) curtos e longos: pulsos eléctricos; ondas mecânicas; sinais visuais ou ondas electromagnéticas… (ver aqui) http://pt.wikipedia.org/wiki/Telégrafo Por outro lado, o Alfabeto Fonético JAN, (Alfabeto internacional Fonético) muito utilizado pelos aliados na II Guerra Mundial e, também nas transmissões via rádio, contendo todas as letras do alfabeto um “nome”. Ex: Alfa (A), Bravo (B), Charlie (C), Delta (D), Echo (E), etc. (ver aqui) http://www.qsl.net/ct1nmv/alfabeto.html Na Guiné-Bissau, na década de 60, (creio não estar enganado), as comunicações militares das tropas portuguesas, quando sitiadas, eram manipuladas privilegiadamente pelo sistema morse via TSF (Telegrafia Sem Fios/Rádio). A excepção era feita quando em operações no terreno, casos em que as transmissões eram realizadas por via rádio/telefone. Em Tite, no Centro das Transmissões, tínhamos um corpo de operadores rádio/telegrafistas e rádio/telefonistas que eram uma maravilha, direi mesmo um luxo. (E bonitos, ver foto acima) Vê-los, na bancada de trabalho, a operar nas mais diversas condições climatéricas, com destaque para a época das chuvas e das trovoadas, dava-me gozo pela espectacularidade ao verificar, como conseguiam entender a comunicação no meio da intempérie e ainda identificarem os camaradas da sua especialidade (não me perguntem como) que com eles, do outro lado, estavam a operar. Não era nada fácil esta especialidade, segundo me disseram aprendia-se o código morse a cantar, e quem não tinha bom ouvido para a música jamais poderia ser rádio/telegrafista. Com os rádio/telefonistas a sua destreza não tinha menos valor, no Posto de Rádio ou quando em operações no terreno, carregando com rádio portátil, para além da sua G3, sempre juntos dos comandantes operacionais, recebiam e transmitiam as informações via rádio, fossem em que condições fossem, muitas vezes debaixo de fogo. O Blog tem vindo a apresentar, de forma individual, estes companheiros d’armas, mas creio que no Blog do Bart1914 está na hora de relembrar de forma colectiva esta “força” do passado que hoje abraçam as mais diversas profissões. Alfa-Quebec-Uniform-Echo-Lima-Echo Alfa-Bravo-Romeo-Alfa-Charlie-Oscar Pica Sinos Nota: A foto com o pessoal é do Ramos – Rádio/telegrafista Os arranjos e as restantes fotos são “museu” do Justo – Op. Cripto